Freixo diz que prisões no caso Marielle permitem virar página que mistura crime, polícia e política

Para presidente da Embratur e amigo da vereadora assassinada, prisão dos mandantes é uma oportunidade para o Rio ‘virar essa página em que crime, polícia e política não se separam’

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Foto do author Matheus de Souza
Atualização:

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou na manhã deste domingo, 24, que a prisão preventiva de três suspeitos de mandar matar, em 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes é uma oportunidade para o Rio de Janeiro “virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”. A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Murder Inc, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que também realizou 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.

Segundo apurou o Estadão, foram presos o deputado Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são suspeitos de serem os mandantes do crime. Quem autorizou a operação foi o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que assumiu recentemente o caso Marielle.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, era próximo da vereadora Marielle Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar”, escreveu Freixo, no X (antigo Twitter). Ele era amigo de Marielle.

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“Agora a Polícia Federal prendeu os autores do crime, mas também quem, de dentro da polícia, atuou por tanto tempo para proteger esse grupo criminoso. Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”, emendou.

Freixo contou que, quando soube do assassinato de Marielle e de Anderson, ligou para Rivaldo Barbosa. “Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, afirmou o presidente da Embratur.

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Em entrevista à GloboNews, Freixo afirmou que não tem dúvidas que “a maioria da polícia” do Rio de Janeiro “é feita de gente digna e honesta” e que a crise de segurança na capital carioca “tem mais a ver com a política, do que com a polícia”.

“Eu acho que esse caso da Marielle vai revelar quem matou, quem mandou matar, e quem não deixou investigar. Quem não deixou que esse caso fosse solucionado em um tempo razoável, como outros casos foram”, afirmou.

Freixo: Prisão de delegado Rivaldo Barbosa ‘diz muito sobre o Rio de Janeiro’

O ex-deputado e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), comentou, neste domingo, a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, preso pela Polícia Federal (PF) por suspeitas de atuar para proteger os apontados como mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Destacando a ironia entre o cargo de Rivaldo e sua possível participação no crime, Freixo afirmou que o desenrolar das investigações dizem muito sobre o Rio de Janeiro.

“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime” escreveu. “Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, disse.

Rivaldo assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 13 de março de 2018, véspera do assassinato da vereadora Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes. Como mostrou o Estadão, depois do crime, o delegado recebeu e solidarizou-se com as famílias e amigos das vítimas e prometeu à mãe de Marielle que a solução do caso seria “questão de honra”.

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Além do delegado, nesta manhã, a Polícia Federal prendeu o deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, em investigação sobre a ‘autoria intelectual’ dos assassinato da vereadora.