BRASÍLIA - A cantora Margareth Menezes disse nesta terça-feira, 13, que “aceitou a missão” dada pelo presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar o Ministério da Cultura a partir do dia 1º de janeiro de 2023. A artista se reuniu com Lula no hotel Meliá, onde o petista está hospedado na capital federal, para ajustar as formalidades do processo de nomeação.
Após o encontro, Margareth se dirigiu à sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil, local em que anunciou ter aceitado ocupar o cargo. Ela é a primeira mulher indicada para cargos na Esplanada dos Ministérios e a segunda pessoa negra entre os ministros do novo governo Lula.
“Eu aceitei a missão. Recebo isso (a nomeação) como uma missão mesmo, até porque foi uma surpresa para mim no processo de entender esse lugar da minha representação e de entender a necessidade da gente fazer uma força tarefa para levantar o Ministério da Cultura”, afirmou Margareth. “Agora é juntar e ouvir todo mundo para a gente levantar primeiro o ministério e fazer a cultura do Brasil para o lugar que ela merece de reconhecimento, como sempre foi reconhecida no mundo inteiro pela cultura popular. É reascender o caminho que foi criado”, disse.
Segundo a futura ministra, Lula teria dito que deseja transformar o Ministério da Cultura numa pasta forte e importante do governo. A cantora ainda anunciou que o secretário de Cultura do PT, Márcio Tavares, já é um dos nomes escalados para fazer parte de sua equipe. Ele ficará com a Secretaria Executiva da pasta.
Margareth, porém, deixou de responder sobre o futuro da Fundação Palmares, que é responsável pela promoção da diversidade cultural dos descendentes de africanos no País e foi gerida recentemente pelo bolsonarista Sérgio Camargo. Ele foi apontado diversas vezes pelo movimento negro como uma pessoa contrária aos interesses das populações pardas e pretas no País.
Como antecipou o Estadão, o nome de Margareth havia sido cotado por aliados de Lula para ocupar a pasta, que havia sido reduzida a uma secretaria no Ministério do Turismo durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na semana passada, quando foram anunciados os primeiros nomes de seu futuro ministeriado, Lula foi questionado pela falta de diversidade de gênero e racial na Esplanada dos Ministérios. O petista então respondeu que, logo, as pessoas veriam “mais mulheres e mais companheiros afrodescendentes” indicados para esses postos. Até o momento, foram indicados cinco homens para o primeiro escalão, sendo apenas um deles autodeclarado pardo - o futuro ministro da Justiça Flávio Dino.
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