A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), procurou os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PSB, Carlos Siqueira, nesta quarta-feira (12), para convencê-los a formar um bloco de esquerda com o PT na Câmara. Foi uma tentativa de distanciar esses partidos do bloco formado por Arthur Lira (PP-AL) com outras legendas de centro.
A ofensiva, no entanto, não prosperou e os partidos vão anunciar ainda hoje a adesão ao blocão, formado ainda por PP, União Brasil, Solidariedade, PSDB/Cidadania, Avante e Patriota.
Gleisi disse que sua iniciativa não buscava interferir na base do governo Lula, e sim formar um grupo do campo de centro-esquerda na Câmara.
“Não tem nada de divisão de base, é legítimo formar blocos de acordo com a afinidade política. Eu gostaria muito, enfatizei isso para Lupi e Siqueira, de um bloco que tivesse PT, PCdoB, PDT e PSB”, disse ela. “Isso não é uma afronta a ninguém, é uma organização dos campos”, acrescentou.
A ideia de Gleisi era reproduzir arranjo feito pelas siglas de esquerda em 2018, quando chegaram a compartilhar a liderança.
Os integrantes do PSB e PDT alegam, em caráter reservado, que o acordo com Lira já estava em estágio avançado quando o PT decidiu procurá-los, nesta quarta.
Pelo acordo com Lira, o blocão não terá tons ideológicos, nem vai interferir na base do governo. Um exemplo é que os partidos poderão fazer orientações de forma isolada quando houver divergência no grupo sobre algum tema a ser votado.
Segundo o deputado Celso Sabino (União-PA), o bloco reorganiza as forças de centro na Câmara, o que foi abalado pela formação do bloco do MDB, PSD, Republicanos e PSC.
“Com o bloco retomamos as prerrogativas que já eram nossas, como maior partido de centro da Casa, em ocupar espaços em comissões”, afirmou.
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