Aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o ex-presidente participou de pelo menos duas discussões sobre como reverter a derrota nas urnas, no fim do ano passado, no Palácio da Alvorada. De acordo com relatos feitos à Coluna, parlamentares mais radicais, inconformados com o resultado, queriam que Bolsonaro editasse algum ato contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um deles foi o senador eleito Magno Malta (PL-ES), que teria cobrado uma atitude enérgica do então presidente após a imposição de multa de R$ 22,9 milhões ao PL por litigância de má fé, quando o partido questionou o resultado de algumas urnas eletrônicas no 2º turno. O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL-PE), também acompanhou a conversa, ocorrida em meados de dezembro. Bolsonaro, segundo presentes, reagiu mal, dizendo que, ao final, seria ele quem sofreria as consequências sozinho.
Antes disso, em novembro, o presidente já havia consultado a sua equipe jurídica com a intenção de contestar a vitória de Lula na Justiça. Foi aconselhado a recuar em razão de potenciais retaliações, entre elas o bloqueio de seus bens.
Também em novembro, o deputado José Medeiros (PL-GO) chegou a sugerir que Bolsonaro decretasse uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após ter suas contas em redes sociais bloqueadas por desinformação. Ele argumentava que a GLO serviria para que as Forças Armadas “garantissem o direito da sociedade se expressar”. O pedido chegou a ser analisado pelo Ministério da Justiça e pela Defesa, mas foi formalmente negado.
Apesar de admitirem as conversas, os aliados de Bolsonaro afirmam desconhecer o rascunho de decreto de intervenção no TSE encontrado na casa de Anderson Torres.
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