Em conversa com seus advogados e com integrantes do PL, nesta quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou desconhecer alterações em seu cartão de vacinação e disse que não precisou usar o documento nos últimos meses, mesmo durante viagem aos Estados Unidos.
Bolsonaro tem sido acompanhado desde o início da manhã por um dos advogados do PL, Marcelo Bessa, inclusive durante a execução da busca e apreensão na residência do ex-presidente. Bessa também foi com Bolsonaro até a sede do PL.
O argumento do ex-presidente é que, ao entrar no EUA, em dezembro, Bolsonaro ainda era chefe de Estado, e, portanto, foi dispensado de apresentar qualquer comprovante. Já no retorno, em março, não havia mais necessidade desse tipo de documentação.
Sobre a filha, Laura, que também viajou aos Estados Unidos, a alegação é que a família apresentou uma atestado médico para justificar que a criança não poderia ser vacinada, por isso não possuía comprovante de imunização.
A defesa de Bolsonaro deve focar na tese de que, se houve alguma alteração no cartão de vacinação, o ex-presidente não tomou conhecimento e nem se beneficiou disso.
Segundo a PF, um grupo foi responsável por inserir informações falsas em cartões de vacinação, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e ‘tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários’.
A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.
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