A chance de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno motivou o PP a abrir negociação com o União Brasil sobre uma possível fusão das duas legendas, com vistas a sobreviver em um cenário em que ambas podem ser relegadas à oposição.
A discussão entre as siglas foi revelada pela CNN Brasil e confirmada pela Coluna do Estadão. O diálogo ocorreu através do vice do União, Antonio Rueda, que esteve no Piauí e em Alagoas nos últimos dias para se reunir com o ministro Ciro Nogueira e o presidente da Câmara, Arthur Lira, ambos do PP.
Se Lula vencer no próximo domingo, o que ainda é uma hipótese, a avaliação de lideranças dos partidos é que ele chega com muita força política, inclusive no Congresso, o que poderia brecar a reeleição de Lira na presidência da Câmara.
Mas essa conformação pode mudar se houver a criação de um novo "superpartido". Procurado, Ciro Nogueira confirmou as negociações, mas disse que "as conversas estão apenas começando". Ele não respondeu o que motivou a legenda a cogitar a aliança neste momento.
As duas siglas devem eleger, no mínimo, 106 deputados, segundo previsão do Diap. O PT, pela mesma métrica, junto com PV e PC do B, teria 65 deputados.
Não é de interesse de nenhuma das duas siglas ir para a oposição. Dessa forma, o ganho com a fusão seria negociar condições melhores para uma eventual adesão à base governista em caso de vitória de Lula.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.