A polêmica envolvendo o comentário do ministro da Justiça, Torquato Jardim, interrompeu uma nova tentativa de trocar o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, em curso no Planalto. Os defensores da mudança recuaram porque a troca na PF é sensível, por ser associada a movimentos para estancar a Lava Jato, para ser efetuada em meio à crise motivada por declaração do ministro de que policiais do Rio são sócios do crime organizado. As articulações contrariam o Ministério da Justiça e ocorrem após Daiello já ter decidido que fica até 2018.
Bunker. As conversas sobre a mudança no comando da PF são tocadas no gabinete do ministro Eliseu Padilha e envolvem o delegado Fernando Segovia. O nome dele chegou ao chefe da Casa Civil pelo ministro Augusto Nardes, do TCU.
Com a palavra. Padilha diz que a informação "não tem fundamento". A Coluna não conseguiu localizar o ministro Augusto Nardes.
Jogo...O ministro Torquato Jardim recebeu um pedido do colega Moreira Franco para que recuasse da polêmica declaração sobre a PM no Rio. No dia seguinte, Torquato manteve o que disse e se aprofundou em entrevista ao Globo.
...Jogado. Com esse movimento, o ministro levantou em alguns gabinetes a suspeita de que decidiu tentar evitar que lhe impusessem um nome para o comando da PF. Se insistirem na troca, ele já tem uma versão para sua saída.
Habitação. A investidores estrangeiros em Lisboa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou que há acordo para aprovar novas regras para o financiamento habitacional. A mudança prevê maior prazo para a devolução das prestações em caso de distrato.
Justiça. O relator do projeto, deputado Alexandre Baldy, vai negociar as alterações do distrato com o STJ. A Corte tem decidido pela devolução imediata e integral das prestações pagas de quem desiste da compra do imóvel na planta.
E mais. Maia também disse em Lisboa que vai votar a flexibilização das licenças ambientais para obras públicas, projetos agropecuários, industriais e imobiliários.
Pintada... A ministra Grace Mendonça, da AGU, vai recorrer da liminar do ministro Marco Aurélio Mello, que autorizou o pagamento retroativo de auxílio-moradia a 218 juízes do RN.
...pra guerra. Grace defende ser prerrogativa da AGU fazer valer a decisão do corregedor do CNJ, João Otávio de Noronha, que havia determinado a devolução do dinheiro aos cofres públicos. A soma chega R$ 39,5 milhões.
Levou. O livro 'Finanças Públicas: da contabilidade criativa ao resgate da credibilidade', organizado pelos economistas Felipe Salto e Mansueto Almeida ganhou o prêmio Jabuti de economia. O prefácio é de Edmar Bacha. Pelo Facebook, Bacha comemorou: "O marciano que fiz pousar no prefácio do Salto&Mansueto continua sem entender o Brasil, mas ficou muito feliz na companhia do Jabuti."
CLICK. Um dia depois de a Coluna do Estadão mostrar buraco sinalizado com um cone, aberto ao lado do Ministério dos Transportes, a abertura amanheceu tampada.
Resolvam. O Planalto empurrou para o PSDB a decisão de manter ou não a ministra Luislinda Valois no cargo depois de ela ter protocolado documento no qual diz que faz trabalho escravo por não receber R$ 61 mil e pedir para furar o teto constitucional.
Condições. A ministra foi avisada por seus interlocutores no partido que fica se não falar mais no assunto.
Fora daqui! A insatisfação da ministra Luislinda com o seu contracheque já era conhecida pelos seus funcionários. Ela ameaçou demitir o servidor que a avisou assim que assumiu que ela teria o salário glosado.
PRONTO, FALEI!!
"A Luislinda foi um dos únicos assuntos que unificaram o PSDB. A bancada gostaria que ela reconhecesse o grave equívoco pedindo desculpas", DO DEPUTADO BETINHO GOMES (PSDB-PE), sobre o pedido da ministra dos Direitos Humanos para receber salário acima do teto.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA
Siga a Coluna do Estadão: Twitter: @colunadoestadao Facebook: facebook.com/colunadoestadao Instagram: @colunadoestadão
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.