O ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, bloqueou o convite para que o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran depusesse na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Jorge Solla (PT-BA) e visava a esclarecer acusações feitas pelo advogado de suposta extorsão do ex-Juiz Sergio Moro e de Deltan Dallagnol, quando os dois atuavam na Lava Jato.
Em sessão nesta quarta-feira (12), Dallagnol se esforçou para barrar o depoimento sob o argumento de que a comissão tem como função fiscalizar ações da União e só tem autonomia para convidar autoridades.
Solla por sua vez considera que não há desvio da finalidade do colegiado, já que a denúncia diz respeito a um suposto crime cometido por integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público.
“Essa comissão não é só para fiscalizar o Executivo Federal. Cabe a essa comissão fiscalizar qualquer ato que envolva os três Poderes da República.”
Deltan também buscou descredibilizar Tacla Duran, a quem se referiu como “lavador de dinheiro”. “No e-mail, ele declarou que lavou mais de US$ 300 milhões para a Odebrecht, e ele buscou enganar as autoridades cerca de 20 vezes”.
A discussão sobre a convocação se converteu num debate entre petistas e bolsonaristas sobre a legalidade da Operação Lava Jato. Deltan chegou a sugerir que aceitaria o depoimento de Tacla Duran se o PT aceitasse a CPI do 8 de janeiro, mas não explicou a relação entre as duas coisas.
Por fim, prevaleceu a posição de Deltan e o requerimento de convocação perdeu no placar, de 11 votos contra 8.
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