Um dos argumentos que será usado por ministros do STF para defender que a Polícia Federal faça delação premiada é que a medida enfraquece o poder do Ministério Público, detentor da prerrogativa. O tema, que deve ser pautado em breve pela ministra Cármen Lúcia, começou a ser julgado em dezembro passado, mas foi adiado porque os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski estavam ausentes. Na ocasião, a maioria votou a favor das polícias firmarem acordos de colaboração, mas divergiram sobre o aval do MP para a homologação.
Novo delator. A discussão voltou aos holofotes depois de o ex-ministro Antônio Palocci fechar um acordo com a PF, sem a participação dos procuradores.
Sem abusos. Entre os acordos do MPF mais polêmicos está o que garantia o perdão judicial ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, e que foi revogado meses depois de concedido pelo então procurador-geral, Rodrigo Janot.
Base convocada. O governo mobiliza uma força-tarefa para convencer parlamentares a marcar presença na sessão do Congresso, na quarta, para aprovar a inclusão no Orçamento de R$ 1,3 bilhão necessário ao fundo garantidor de exportações para pagar financiamentos do BNDES e do Credit Suisse.
Vira o disco. O Planalto vai usar o antigo discurso de que a "culpa é do governo anterior" para tentar vencer a resistência de deputados e senadores em aprovar a medida que vai cobrir o calote da Venezuela e de Moçambique.
Muy amigos. Por falar em Venezuela, o empresário Joesley Batista tem uma bandeira do país na sala da casa dele, em São Paulo.
Não tá fácil. O ex-ministro Joaquim Barbosa nem sequer bateu o martelo se será o candidato do PSB ao Planalto e já tem se estranhado com pessebistas. A aliados, o secretário-geral da sigla, Renato Casagrande, confidenciou estar "difícil a relação" com Barbosa.
Puxadora de voto. A Rede, de Marina Silva, tenta convencer Eliana Calmon a ser candidata a deputada federal na Bahia. Em 2014, ela disputou o Senado pelo PSB, mas não se elegeu.
Língua afiada. Em sessão de março do Conselho Superior do MPF, a subprocuradora Lindôra Araújo não poupou críticas ao corregedor nacional Orlando Rochadel, que ela chamou de "esse senhor".
Polêmica. Lindôra afirmou que Rochadel "levou muita gente" e gastou R$ 400 mil em uma correição realizada no Amazonas. "Até foto em barco tirou." Na reunião seguinte, porém, a conselheira pediu desculpas pela acusação.
CLICK. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) visitou José Dirceu no final de semana. Condenado, o ex-ministro de Lula pode ser preso a qualquer momento.
Dever de casa. A Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil prepara para junho a consolidação de todos os decretos presidenciais desde 1889, início do período republicano. A intenção é organizar e setorizar todos as leis em um único site para ajudar em pesquisas e facilitar o acesso.
Na mira. O ministro Helton Yomura (Trabalho) nomeou Renato Araújo Júnior para a coordenadoria-geral de Registro Sindical. Ele é acusado pelo MPF de manipular processos de registro para favorecer entidades em detrimento de outras.
PRONTO, FALEI!
"A Câmara não vai poder reclamar diante da sua omissão, mas terá que levar o fim do foro aos Três Poderes", DO DEPUTADO EFRAIM FILHO (DEM-PB), RELATOR DA PEC DO FORO, sobre o julgamento desta quarta-feira, 2, no Supremo.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE, LEONEL ROCHA E ISADORA PERON
Coluna do Estadão: Twitter: @colunadoestadao Facebook: facebook.com/colunadoestadao Instagram: @colunadoestadão
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.