No dia da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, na tarde da última quarta, o governo Bolsonaro fez o pagamento de R$ 1,8 bilhão em emendas de relator, o chamado orçamento secreto. O dinheiro foi repassado a redutos de políticos da base aliada para bancar gastos na área da Saúde. Pouco mais de R$ 7 bilhões estão prometidos para até o fim desta semana, segundo técnicos envolvidos no trâmite orçamentário. A torneira foi aberta em meio a uma crise que acerta em cheio o presidente, mas também tem relação com o calendário eleitoral. Como a legislação veda transferências a partir do dia 2 de julho, o governo tem só até sexta-feira para irrigar prefeituras de aliados que poderão ajudá-lo na campanha eleitoral.
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LIBERA. Embora quem comande os pagamentos sejam as cúpulas da Câmara e do Senado, a manobra tem a digital do governo. Para fazer pagamentos tão elevados em um prazo tão curto, o Ministério da Economia teve que ampliar limites financeiros que os ministérios são autorizados a gastar e, para isso, uma edição extra do Diário Oficial saiu na sexta à noite.
PADRINHOS. Arthur Lira (PP-AL) carimbou neste ano, até agora, 75 emendas no valor de R$ 134 milhões para saúde em cidades de Alagoas. Outro que já garantiu acesso à verba foi o líder Ricardo Barros (PP-PR) que até sexta indicou R$ 32,2 milhões.
ÓRFÃO. Embora o STF tenha determinado transparência total sobre quem são os parlamentares que apadrinham essas verbas, R$ 2,6 bi estão saindo dos cofres da União sem a informação - elas estão sendo atribuídas a "usuários externos".
Sinais Particulares, por Kleber Sales. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara
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PRONTO, FALEI. Wellington Dias, ex-governador do Piauí (PT)
"Estes escândalos revelam que a corrupção está se espalhando no governo federal mais do que a Covid-19", disse, após prisão de Milton Ribeiro.
CLICK. Rodrigo Garcia, governador de São Paulo (PSDB)
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Recebeu no Palácio dos Bandeirantes membros da Academia Paulista de Letras, entre os quais Michel Temer e o maestro João Carlos Martins.