Na chegada ao Brasil, Jair Bolsonaro colocou em dúvida uma possível candidatura de Michelle a cargos no Executivo. “Não tem vivência”, sentenciou ele. No PL, porém, a leitura é outra. Valdemar Costa Neto e a cúpula da sigla têm dito que a ex-primeira-dama leva jeito para a política e poderia disputar até a prefeitura do Rio em 2024, se quisesse. A questão, porém, é superar a barreira familiar. Além da resistência de Bolsonaro, uma candidatura de Michelle não tem o apoio dos filhos do ex-presidente. Para colocá-la à prova, o PL quer que Michelle cumpra agendas longe de Bolsonaro, com o objetivo de medir não apenas a popularidade dela, mas o seu nível de rejeição. A ideia é saber se os números de Bolsonaro contaminam a imagem dela.
CERCADINHO. Depois da fala de Bolsonaro, o assunto Michelle corre à boca miúda no PL, pois ninguém quer se indispor com o ex-presidente. Alguns lamentam que Valdemar tenha falado da hipótese de lançá-la como alternativa ao marido sem ter consultado antes Bolsonaro, o que provocou o mal-estar.
MUTAÇÃO. Enquanto isso, Michelle demonstra disposição em trabalhar pelo PL. Contratou uma equipe de três assessores, além de dois seguranças, e fará media training antes de viajar pelo País com o objetivo oficial de aumentar a filiação de mulheres à sigla.
FUTURO. Uma alternativa cogitada seria Michelle disputar uma vaga ao Senado pelo DF. A via, porém, pode colocá-la em rota de colisão com Bia Kicis (PL-DF), que também almeja a vaga em 2026. Neste caso, a ex-primeira-dama poderia ser lançada no Rio ou em São Paulo.
Sinais Particulares, por Kleber Sales. Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama
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