Há um motivo extra para a pressa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na privatização da Sabesp. Seus aliados dizem que ele deseja evitar os efeitos de um eventual ‘risco Boulos’, cenário em que o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) é eleito prefeito da capital em 2024. O contrato de prestação de serviço de saneamento da Sabesp com o município prevê que, em caso de venda do controle acionário da empresa, o acordo perde os seus efeitos. O novo prefeito teria então de assentir com uma renovação. Como Boulos e seu partido são contra a privatização, auxiliares do governador veem risco de ele não topar. Com isso, a eleição municipal pode afastar potenciais compradores. A capital responde por 50% do faturamento da empresa.
VAI QUE. O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), acredita que o ideal é concluir a privatização em 2023. “No ano que vem, será difícil. O clima político é outro”, diz. Além da capital, prefeitos de grandes cidades, como Santo André, São Bernardo e Guarulhos, teriam de topar renovar contratos.
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