Advogado diz que Cid confirmou ao STF que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, mas depois recua

Tenente-coronel Mauro Cid foi ouvido por Moraes nesta quinta, 21, e acordo de delação premiada foi mantido

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Foto do author Juliano  Galisi
Atualização:

O advogado Cezar Bittencourt disse nesta sexta-feira, 22, que o tenente-coronel Mauro Cid relatou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano para execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro da Corte Alexandre de Moraes. Logo após fazer a afirmação, em entrevista à GloboNews, o advogado recuou das declarações.

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“Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização”, disse Bittencourt, ao ser questionado se o ex-ajudante de ordens confirmou que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado e de execução da chapa eleita em 2022 e do magistrado.

Minutos depois, o advogado disse que a confirmação de Cid ao Supremo é de que Bolsonaro sabia sobre um determinado “plano”, e não propriamente sobre um plano de execução de autoridades. Depois, recuou dizendo o “plano” conhecido por Bolsonaro não era o de um golpe de Estado, mas sobre um determinado fato “que vinha acontecendo” no seu entorno.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

De acordo com o defensor, Mauro Cid “participou como assessor, verificou os fatos, indicou esses fatos ao seu chefe”, mas Jair Bolsonaro é quem tinha “toda a liderança” do processo. Bittencourt também confirmou que Cid forneceu mais detalhes sobre a atuação do general da reserva Walter Braga Netto no plano de ruptura institucional.

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Na sequência, porém, o advogado voltou atrás, dizendo que não havia afirmado que Bolsonaro sabia sobre o plano de assassinato. O defensor justificou o recuo afirmando que havia compreendido “plano de execução” com o sentido de “executar” determinada tarefa, e não de “assassinar”.

“Eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Até porque o tudo é muita coisa”, disse Bittencourt. “O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido”.

Bittencourt seguiu recuando também quanto ao conhecimento de Bolsonaro sobre um golpe de Estado, descrevendo de forma difusa qual tipo de “plano” Bolsonaro tinha conhecimento. Segundo o advogado, o então presidente tinha conhecimento sobre um fato “que estava acontecendo” entre seus aliados após as eleições presidenciais de 2022. “Eu não sei que tipo de golpe poderia ser. Agora, (Jair Bolsonaro) tinha interesse no acontecimento que estava acontecendo aqueles dias, o presidente sabia.”

Na terça-feira, 19, Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal e negou ter conhecimento de um plano para um golpe de Estado em dezembro de 2022, e a delação premiada ficou ameaçada. Nesta quinta-feira, 21, o STF, porém, decidiu manter o acordo de Mauro Cid.

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