MDB confirma liberação de filiados no segundo turno; Ibaneis endossa Bolsonaro

Partido afirmou que, em qualquer cenário, ‘cobrará do vencedor o respeito ao voto popular’

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O MDB reiterou em nota, nesta quarta-feira (5), que libera seus filiados para se manifestarem no segundo turno da eleição presidencial “conforme sua consciência”. O partido enfatizou a defesa em favor da liberdade, democracia e povo brasileiro e destaca que, em qualquer cenário, “cobrará do vencedor o respeito ao voto popular”. Pouco antes, Ibaneis Rocha, governador reeleito do Distrito Federal, oficializou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto.

“Nas últimas 48 horas, dirigentes, congressistas, governadores e prefeitos externaram sua posição em relação à disputa nacional em segundo turno. Por ampla maioria, o MDB decidiu dar liberdade para que cada um se manifeste conforme sua consciência”, diz a nota divulgada pelo partido.

O governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: Wilton Junior/Estadão - 5.out.2022

Ibaneis apoia Bolsonaro e critica Tebet

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Ao lado do chefe do Executivo, Ibaneis afirmou na manhã desta quarta, 5, que Tebet tomará uma “decisão isolada” se apoiar Lula.

“Ela nunca chegou a me ligar, nem durante o período da eleição. A Simone, como candidata representante do MDB, não teve diálogo com os governadores. E, agora, neste momento, ela vai tomar uma decisão, mais uma vez, isolada de seguir essa linha se ela for apoiar o presidente Lula”, disse Ibaneis, no Palácio da Alvorada. “Nós temos uma bancada muito forte que foi eleita agora, o MDB aumentou na Câmara dos Deputados, e essa bancada vem exatamente das pessoas que votaram com o presidente Bolsonaro.”

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Bolsonaro agradeceu o apoio do governador do DF, chamou Ibaneis de “amigo”, afirmou que as discordâncias sobre a pandemia são “coisa do passado” e disse que haverá, em um eventual segundo mandato, “harmonia completa” entre Executivo e Legislativo.

Ibaneis, por sua vez, defendeu a atuação de Bolsonaro na crise sanitária “Quero deixar bem claro, não faltou recursos da União, do governo federal para que a gente fizesse todo um trabalho de combate à pandemia, hospitais de campanha, compra de vacinas, compras de medicamentos”, afirmou. “A gente não tem do que reclamar. O governador que abrir a boca para falar do governo federal no que diz respeito à atuação na pandemia simplesmente não está falando a verdade.”

Apoios a Lula

A senadora Simone Tebet, que foi candidata do partido à Presidência e ficou em terceiro lugar, vai declarar voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta tarde, em pronunciamento em São Paulo, conforme apurou o Estadão/Broadcast. Outros líderes nacionais do MDB, como o senador Renan Calheiros (AL) e o deputado eleito Eunício Oliveira (CE), também viajarão para a capital paulista, onde está o comitê de Lula, e ajudarão na campanha do petista.

Diretórios de ao menos dez Estados, como os do Nordeste e do Rio - que já estavam com Lula no primeiro turno -, vão repetir o aval ao petista.

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“Em respeito ao cenário, o MDB deixa claro que cobrará do vencedor o respeito ao voto popular, ao processo eleitoral como um todo e, sobretudo, a defesa intransigente da Constituição de 19888 e do Estado Democrático de Direito”, finaliza a nota.

Apoios a Bolsonaro

O ex-presidente Michel Temer (MDB), como mostrou o Estadão, deve apoiar o atual presidente. A relação de Temer com o PT ficou desgastada após o impeachment de Dilma Rousseff.

Nesta terça-feira, 4, Bolsonaro recebeu o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou fora do segundo turno no Estado, que será disputado entre o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Bolsonaro também pressiona ACM Neto (União Brasil) a endossar sua candidatura à reeleição no segundo turno da disputa pelo Planalto contra Lula. Aliados do ex-prefeito de Salvador dizem, no entanto, que ele deve manter a posição de neutralidade. Ele disputa o governo da Bahia, quarto maior colégio eleitoral do País, depois de SP, MG e RJ, contra Jerônimo Rodrigues (PT).

O Estadão/Broadcast apurou que, em reunião nesta segunda-feira, 3, com a bancada de deputados federais do União Brasil na Bahia, ACM Neto teria decidido manter a estratégia adotada no primeiro turno, quando não declarou apoio a nenhum dos candidatos à Presidência. A avaliação da campanha é de que o ex-prefeito recebeu votos do eleitorado tanto de Lula quanto de Bolsonaro e qualquer posicionamento em direção a um dos dois poderia gerar perda do que foi conquistado na primeira etapa da disputa.

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