BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado nesta quarta-feira, 15, com discursos que não só o qualificaram como o maior estadista que o Brasil já teve como chegaram ao ponto de quase santificá-lo.
Falando em nome dos ex-ministros de Lula, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que foi ministro do Trabalho, pôs o presidente à frente de Juscelino Kubitschek. "Os 8 anos de seu mandato valeram 80 anos", disse Wagner. JK cunhou o slogan "cinquenta anos em cinco" para falar da rápida industrialização do Brasil durante o período em que foi presidente.
"O senhor é o líder dos oprimidos", prosseguiu o governador da Bahia. "Seu maior legado não foi a infraestrutura. Foi devolver a autoestima ao povo brasileiro, que hoje está feliz."
Por fim, Wagner usou um bordão de Lula para elogiar o presidente. "Nunca antes na história desse País um presidente registrou em cartório o que fez. Essa é a sua marca", disse o governador. O presidente não resistiu: passou a mão no olho direito e, depois, no esquerdo para enxugar as lágrimas.
Capacidade
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, que falou em nome dos atuais ministros, fez discurso parecido. Disse que o surpreendente em Lula foi o fato de ele ter a capacidade de dizer "não" "por que não" e "sim, nós podemos". Segundo Franklin, Lula disse "não" para a falta de democracia, e passou a lutar por ampliá-la sempre. "Ele é capaz de perguntar: Por que não podemos ter três refeições por dia?" E prosseguiu:"O Brasil aprendeu a se respeitar e descobriu que pode fazer o seu próprio destino. O Brasil aprendeu a andar com as próprias pernas. Esse talvez seja o seu maior legado." Para Franklin, Lula "é o estadista que mudou a cara política do Brasil, porque disse: sim, nós podemos, podemos fazer mais".
Recado. Aproveitando a presença da presidente eleita, Dilma Rousseff, Franklin terminou o discurso dizendo-lhe que ela tem uma enorme responsabilidade: fazer um governo "melhor que o de Lula".
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