BRASÍLIA - O coordenador de grupos temáticos da equipe de transição, ex-ministro Aloizio Mercadante, reafirmou o compromisso do novo governo de nomear um civil para o cargo de ministro da Defesa. Mercadante disse que o nome que assumirá a pasta será anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mas que a decisão sobre este perfil já está tomada.
“O presidente já disse isso, publicamente. O ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será (no novo mandato)”, comentou.
Como revelou o Estadão, o governo de transição do presidente eleito deixou para o final a montagem da equipe que vai coletar informações com o Ministério da Defesa e as Forças Armadas. Está pendente, também, a definição do núcleo que fará contato com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Lula enfrenta dificuldades de quadros com acesso às cúpulas militares e com a direção da Defesa e do GSI.
Mercadante procurou não dar detalhes sobre novas nomeações, mas afirmou que todos deverão ter uma “bela surpresa” com o grupo técnico que vai cuidar do assunto nesta fase de transição. “Acho que está muito bem construído o grupo”, disse.
Segundo Mercadante, detalhes deste grupo devem ser anunciados na próxima segunda-feira, 21. “Pela composição do grupo, pela representatividade, pela estatura das pessoas que vão participar, vai ser uma excelente solução”, comentou.
Questionado se o ex-ministro das pastas da Defesa e da Justiça Nelson Jobim estaria no grupo de transição, Mercadante se esquivou e disse que não vai falar em nomes, por enquanto. “Esperem, tenho certeza de que vocês vão concordar comigo na segunda-feira. Será um grupo muito representativo para essa tarefa, que é a de diálogo com as Forças Armadas. Aguarde segunda-feira.”
O ex-ministro comentou, ainda, sobre as manifestações que ainda ocorrem em algumas regiões do País e em estradas. “Isso não tem nenhum sentido. E paralisar estrada, você está prejudicando a economia. Pessoas que têm urgência para chegar ao trabalho, que têm as vezes necessidades de saúde, você perde produtos que ficam expostos ao sol ou ao tempo. Então, isso não é uma forma nem democrática e não contribui em nada para reconstruir esse País”, disse.
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