Michelle Bolsonaro, cotada para disputar espólio de Moro, tem coro de ‘senadora’ no Paraná

Ex-primeira-dama ainda alfinetou Moro ao afirmar que espera que paranaenses elejam alguém ‘realmente elegante’; ex-juiz enfrenta julgamento que pode cassar o seu mandato

PUBLICIDADE

Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - Cotada para disputar as eleições suplementares para o senado paranaense caso o senador Sergio Moro (União-PR) seja cassado por abuso de poder econômico, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi recebida com um coro de “senadora” em um evento do PL Mulher em Curitiba neste sábado, 16. Michelle ainda alfinetou Moro, afirmando que os paranaenses devem eleger alguém “realmente elegante”.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi recebida com coro de "senadora" em evento do PL Mulher no Paraná Foto: Douglas Magno/AFP

A ex-primeira-dama participou do encontro estadual da ala feminina do partido, que é presidida por ela desde março. Enquanto discursava, Michelle disse que Deus teria a chamado para “algo novo no Brasil”. Foi quando o coro de “senadora” começou por parte dos apoiadores. Veja o vídeo:

PUBLICIDADE

Após o coro, Michelle ainda alfinetou Moro, que foi alvo de críticas após a sabatina do ministro da Justiça, Flávio Dino, aprovado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, 13. Moro foi visto abraçando e rindo ao lado de Dino durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Depois da audiência, o Estadão flagrou que um assessor do ex-juiz recomendou, por mensagens, que ele não revelasse publicamente um apoio à indicação do novo ministro do STF.

“Deus vai dar sabedoria para vocês escolherem o melhor para o Estado do Paraná. Uma pessoa que seja realmente elegante, que possa ter elegância para trabalhar e para lutar por esse Estado tão maravilhoso”, disse a ex-primeira-dama.

Moro enfrenta julgamento sobre abuso de poder econômico e pode perder mandato como senador

Moro enfrentará um julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE) por abuso de poder econômico em uma ação que é movida pelo próprio PL e pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os requerentes acusam o senador de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador em outubro do ano passado, onde foi eleito com 1,9 milhões de votos (33,5% dos votos válidos).

Publicidade

Em um parecer protocolado nesta quinta-feira, 14, O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do senador a sua inelegibilidade. Com a manifestação do MPE, o próximo passo no julgamento contra Moro será apresentação do voto do relator do processo eleitoral, que é o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza. Segundo o advogado Luiz Peccicin, que representa o PT no caso, a previsão é que isso ocorra no dia 22 de janeiro.

Se Moro for condenado pelos crimes em que é denunciado, seu mandato será cassado pelo TRE. Caso isso ocorra, serão realizadas eleições suplementares para eleger uma nova chapa que irá tomar posse no Senado até 2030. O pleito será marcado após o processo contra o senador transitar em julgado. Ou seja, após decisão final no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Michelle está entre cotadas para disputar possível eleição suplementar no Paraná; veja outros possíveis nomes

Com a possibilidade de cassação de Moro, nome de Michelle tem sido ventilado entre os possíveis concorrentes para o Senado. Para ser candidata no Paraná, a ex-primeira-dama precisa comprovar um domicílio eleitoral no Estado seis meses antes da eleição.

Segundo a Coluna do Estadão, os deputados federais do Partido dos Trabalhadores Zeca Dirceu e Gleisi Hoffmann e o ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Ricardo Barros (PP) também já manifestaram interesse em ocupar a vaga deixada por Moro. Além do nome de Michelle estar nas discussões, outro cotado do PL na disputa é o ex-deputado Paulo Martins. Martins ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado, perdendo para Moro por 250 mil votos.

No evento do PL Mulher deste sábado, Michelle também alfinetou Gleisi, chamando-a de “narizinho super revoltada”.

Publicidade

“Tem uma narizinho super revoltada, que não aceita a gente questionar (...) Narizinho, narizinho, porque dá tanto chilique? Ei, narizinho, vai cuidar do seu lindinho”, disse. O “lindinho” citado pela ex-primeira-dama é o namorado da presidente do PT, o também deputado do PT Lindbergh Farias.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.