O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode voltar ao Brasil no dia 29, durante evento com brasileiros nos Estados Unidos na noite desta terça-feira, 14, e admitiu a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral torná-lo inelegível até as eleições de 2026.
“Existe a possibilidade de inelegibilidade sim, mas a questão de prisão só se for arbitrariedade”, disse, ao citar desdobramentos de uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, quando atacou, sem provas, as urnas eletrônicas.
Essa é uma das ações em que o ex-presidente é alvo no TSE. Nesta ação, Bolsonaro é acusado de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que voltou aos Estados Unidos, se encontrou com Bolsonaro, e também participou do evento. Michelle fez um discurso de cunho religioso sobre “continuar lutando”, e Bolsonaro se emocionou durante a fala.
“Só agradecer a Deus e pedir para que Deus leve ele (Jair Bolsonaro) logo para a Nação que ele tanto ama, a nação que ele lutou tanto e continuará lutando“, disse Michelle em vídeo publicado nas redes sociais do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto.
Durante o evento, Bolsonaro respondeu a uma série de perguntas e afirmou que pretende voltar para o Brasil ainda em março. “Eu sempre marco uma data para voltar. A data marcada agora é dia 29 deste mês. Sete dias antes a gente estuda a situação: como está o Brasil, como estão os contatos aqui”, disse.
No início do mês, o Estadão relevou a tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente para o Brasil um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em € 3 milhões, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do regime da Arábia Saudita e foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
A repercussão negativa do caso também respingou nos planos políticos para Michelle, que assumiu a presidência do PL Mulher. A ideia era aproveitar a data do Dia Internacional da Mulher, mas a divulgação do caso das joias levou o partido a adiar a cerimônia preparada para dar visibilidade à ex-primeira-dama. O PL diz que o evento de posse está “em organização” e que a data ainda será definida.
”Continuem orando pela nossa nação que é linda, maravilhosa, rica, prospera, abençoada e se não fosse não triamos tanto urubus em cima”, disse Michelle nos Estados Unidos.
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