Operação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais encontrou 131 trabalhadores em situação análoga à escravidão em lavouras de feijão em duas fazendas de Unaí e Buriti, no noroeste do Estado. Foram libertados 78 trabalhadores na Fazenda Gado Bravo, em Buriti, e 53 na São Miguel, em Unaí. Entre eles havia 17 mulheres e oito adolescentes de 13 a 17 anos. Ninguém tinha carteira de trabalho assinada.A operação foi realizada em outubro de 2010, mas só ontem ela foi divulgada. Foram feitos 68 autos de infração e mencionadas jornada de trabalho sem intervalo para descanso, alimentação ou mesmo repouso semanal; pagamento por produção, sem nenhum tipo de recibo; uso de agrotóxicos sem proteção e trabalho infantil.Parte dos trabalhadores não tinha alojamento e era levada em transporte irregular para as frentes de trabalho. Outra parte dormia em barracas, em colchões postos sobre a terra. No local de trabalho, também não dispunham de banheiro ou água potável. Eles tinham de comprar em uma "cantina" dos irmãos de José Oliveira Silva, responsável pelo aliciamento dos trabalhadores. A Fazenda Gado Bravo está em nome da Agropecuária Gado Bravo, dos irmãos Marino e Camila Stefani Colpo. Já a São Miguel está registrada só em nome de Marino, que é secretário de Desenvolvimento Econômico de Formosa (GO).Procurado pela reportagem, Marino afirmou que sabe dos problemas, "mas as fazendas estão arrendadas e o arrendatário está resolvendo" a questão. Disse ainda que o arrendatário se chama Neri. Indagado se Neri (Neri Carlos Colpo) não é seu pai, disse que nada mais tinha a declarar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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