Ministério exonera de cargo da PF aliado de Ramagem que é alvo de operação contra espionagem na Abin

Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho foi o braço-direito do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e tinha cargo que abrigava o software utilizado para monitorar ilegalmente opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

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Foto do author Eliane Cantanhêde
Foto do author Gabriel de Sousa
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BRASÍLIA - O Ministério da Justiça exonerou nesta sexta-feira, 26, o delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho do cargo de coordenador da Diretoria-Executiva da Polícia Federal (PF). Gomes Coelho foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, que investiga o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Gomes Coelho foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, que investiga espionagens ilegais feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Foto: WILTON JUNIOR

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Gomes Coelho era secretário de Planejamento e Gestão da Abin na gestão Bolsonaro e foi o braço direito do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que dirigiu o órgão entre 2019 e 2021. Em um período da gestão de Ramagem, ele foi chefe de Inteligência, cargo este criado pelo parlamentar e que abrigava o sistema israelense FirstMile, que foi utilizado para os monitoramentos ilegais.

Em outubro do ano passado, Gomes Coelho foi nomeado para ocupar a função estratégica de coordenador do Comando de Aviação Operacional da PF, cargo ligado à Diretoria-Executiva da corporação. Quem oficializou a entrada dele foi o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que é o braço direito do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A nomeação de Gomes Coelho na PF ocorreu mesmo após o início da investigação sobre as espionagens ilegais, em março do ano passado, e a operação de busca e apreensão deflagrado pela PF na sede da Abin, em outubro.

Ramagem foi o principal alvo da operação deflagrada nesta quinta-feira, 25. Os policiais realizaram busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara e também na sua residência no Rio. Nos endereços, os investigadores encontraram um celular e um notebook da agência que ainda estavam sob a posse do parlamentar mesmo após quase dois anos do seu desligamento do órgão.

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Os investigadores da PF chamaram as pessoas apontadas como responsáveis pelo monitoramento ilegal de “organização criminosa”. “O grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, diz um comunicado divulgado pela corporação.

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