Ministro da Cidadania minimiza extinção de pasta da Cultura e Esportes, mas pede orçamento

Osmar Terra defendeu que a unificação vai 'ampliar' os trabalhos de cada área

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BRASÍLIA - Em seu primeiro discurso como ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) minimizou a extinção dos ministérios da Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social, que terão as atribuições incorporadas pela nova pasta. O novo ministro defendeu que a "unificação" vai "ampliar" os trabalhos que eram realizados separadamente por cada área. Apesar disso, ele aproveitou para já cobrar um orçamento maior para a Cidadania.

"Os ministérios (Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social) se fundiram, não desapareçam. Estamos aqui para celebrar um ministério grande", afirmou. "Já disse em uma entrevista que é (o Ministério da Cidadania) é um monstro de grande, não de feio. Pode fazer um trabalho extraordinário. Pode ser um grande instrumento de redenção da sociedade a um Brasil novo que espero que venha logo. A fusão dos ministérios não vai tirar a força que cada ministério tem. As estruturas básicas estamos mantendo", complementou.

Osmar Terra é o novo ministro da Cidadania Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O Ministério da Cidadania é uma pasta criada pelo novo governo e nasceu a partir da decisão do presidente Jair Bolsonaro de extinguir os ministérios do Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social. A nova pasta ficará responsável por comandar estas três áreas, o que inclui programas sociais como o Bolsa Família.

Especificamente sobre o programa social, Osmar Terra voltou a dizer, inclusive, que o Bolsa Família passará a ter pagamento de décimo terceiro na gestão de Bolsonaro, mas aproveitou o assunto para pedir um orçamento maior para a pasta já no primeiro dia como ministro da área.

"Temos que fazer avançar o que já foi feito na área do Bolsa Família. Vai ter um décimo terceiro para o Bolsa Família. O presidente prometeu e vamos cumprir. O Beltrame até já tinha feito um cálculo de como vamos fazer. É claro que vamos precisar de mais orçamento também", disse.

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Ainda assim, o novo ministro rasgou elogios a Bolsonaro. "O Brasil está esperando muito da gente. Nunca vi uma esperança tão grande em cima de um governo como estou vendo agora. (Bolsonaro) é um presidente forte eleito. Os outros presidentes eram de alguma forma prisioneiros do presidencialismo de coalizão. Bolsonaro está partindo com muita coragem para se livrar disso e fazer o Brasil se libertar em todos os sentidos, ético, moral, econômico, social".

Presenças 

Na cerimônia de transmissão de posse, em Brasília, estavam presentes apenas os agora ex-ministros do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e do Esporte, Leandro Cruz Fróes da Silva. O ex-ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, faltou à cerimônia. Segundo a assessoria de imprensa, a razão seria um compromisso junto ao novo governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), do qual será secretário.

Além desta ausência, Osmar Terra ouviu do ex-ministro Leandro Fróes, durante o ato, que discorda da unificação dos ministérios. "Tenho certeza de que apesar de ser público de discordar da unificação dos ministérios, você (Osmar Terra) tem a grandiosidade dessa tarefa. Você saberá conduzir essa unificação", disse Fróes no início da cerimônia.

Terra foi ministro de Michel Temer no Desenvolvimento Social e deixou o cargo em abril para concorrer à reeleição na Câmara, onde cumpre mandatos consecutivos desde 1999. Ele foi reeleito com 86.305 votos. O deputado tem histórico de críticas a propostas que visam legalizar ou descriminalizar o uso de drogas no Brasil. Nas redes sociais, o futuro ministro se posiciona de forma contundente contra a legalização da maconha em uma série de publicações. No guarda-chuva da Pasta a ser comandada por ele, estará parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), atualmente no Ministério da Justiça.

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Antes mesmo de assumir, Terra já anunciou os nomes dos secretários que ficarão responsáveis por cada uma das áreas do ministério: o deputado federal não reeleito Lelo Coimbra (MDB-ES), líder da maioria na Câmara, foi escolhido para comandar a área de Desenvolvimento Social, o general Marco Aurélio Vieira vai comandar a área de Esportes, enquanto Henrique Medeiros Pires ficará responsável pela Cultura.

Outro já anunciado foi o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP), que ficará responsável pela Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania. A informação foi adiantada pela Coluna do Estadão. Pesaro não conseguiu se reeleger este ano e é visto como aliado do ex-presidenciável tucano Geraldo Alckmin, de quem foi secretário de Desenvolvimento Social. 

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