‘Botar a roupa dos Vingadores no armário é difícil’, brinca Flávio Dino após ser aprovado para STF

Bordão dos ‘Vingadores’ surgiu durante um embate do ministro da Justiça com senador da oposição; Dino assumirá a cadeira no STF em fevereiro do ano que vem

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Foto do author Juliano  Galisi
Atualização:

Logo após ser aprovado pelo Senado para a vaga em aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, se reuniu com a equipe e, em bom humor, afirmou que será difícil “botar a roupa dos Vingadores no armário”, referindo-se ao fato de que em breve deixará a pasta do Executivo rumo à cadeira na Corte.

“Eu estou muito feliz, claro. É uma mudança muito profunda, como hoje vocês viram. Botar a roupa dos Vingadores no armário é difícil. Mas ela está lá. Qualquer hora dessas, quem sabe...”, disse Dino na quarta-feira, 13. O vídeo com o discurso foi divulgado pelo G1.

Flávio Dino durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Foto: Wilton Junior/Estadão

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A citação remete a uma declaração que ele próprio fez no Senado Federal, durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública em maio deste ano. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) o acusava de ter sido omisso durante os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

Na ocasião, para rebater o senador, Dino ironizou o fato de Marcos do Val repetir, à exaustão, que integra a Swat, unidade especial da polícia dos Estados Unidos. “Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores”, ironizou o ministro.

Nos 12 meses à frente do Ministério da Justiça do governo Lula, Dino colecionou polêmicas com congressistas. Em abril, ele interrompeu sua fala na Comissão de Segurança Pública da Câmara após um bate-boca com palavrões entre parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O ministro também acumulou episódios de não comparecimento a audiências no Legislativo. Por três vezes, nos dias 10 e 24 de outubro e 21 de novembro, o ministro faltou a reuniões da Comissão de Segurança Pública da Câmara. As faltas foram justificadas com a alegação de que o Ministério da Justiça apontou elevado risco de agressões físicas e morais, inclusive com ameaças de uso de arma de fogo, pelos parlamentares.

Na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta, o ministro evitou confrontos e se conteve nas respostas ao ponto de opositores comentarem que ali estava um “outro Dino”. Nesta quinta-feira, 14, afirmou que sua versão “paz e amor” durante a sabatina no Senado é verdadeira.

Posse de Dino no STF será em fevereiro

Flávio Dino disse que não pretende renunciar agora ao mandato de senador nem ao posto de ministro do governo Lula. Aos assessores do ministério, afirmou, logo após ser aprovado, que até 22 de fevereiro, data prevista para assumir a cadeira na Corte, gostaria de utilizar a tribuna do Senado ao menos uma vez.

Segundo o ministro, os detalhes da ida para o STF ainda precisam ser definidos com o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso. Em tom descontraído, prometeu cantar na cerimônia de posse. “Estou ensaiando há muito tempo a única música que eu sei inteira, que é ‘atirei o pau no gato’”, brincou o ministro.

Dino foi sabatinado por mais de 10 horas pela CCJ do Senado, que aprovou seu nome por 17 votos a 10. No plenário, teve 47 votos a favor e 31 contra, o segundo pior desempenho de um indicado ao STF na atual composição da Corte, perdendo apenas para o ministro André Mendonça, escolhido por Bolsonaro.

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