Ministro de Lula lembra visita do papa ao Rio em dia de ato de Bolsonaro em Copacabana

‘Olha que multidão’, diz Jorge Messias, reproduzindo imagem do público que foi ver o pontífice em 2013 enquanto USP estima 32,7 mil manifestantes na manifestação deste domingo

PUBLICIDADE

Foto do author Levy Teles

BRASÍLIA — O ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, usou o X (ex-Twitter) neste domingo, 21, para lembrar da ida do Papa Francisco a Copacabana durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013. A publicação foi feita no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma manifestação no mesmo lugar.

Foram estimadas 3 milhões de pessoas para receber o pontífice há mais de dez anos. Já o ato bolsonarista deste domingo teve a presença de 32,7 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP).

Recepção ao papa (à esquerda) e ato pró-Bolsonaro deste domingo (à direita) aconteceram na mesma praia de Copacabana. Foto: Wilton Junior/Estadão e Alexandre Brum/Estadão

“Lembrei agora da visita do Papa Francisco a Copacabana, Rio de Janeiro. Olha que multidão impressionante”, escreveu Messias, na publicação. A postagem exibia uma imagem com um público consideravelmente maior em comparação à manifestação bolsonarista deste domingo.

PUBLICIDADE

Ele é o primeiro ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer alguma referência aos acontecimentos deste domingo.

Como mostrou o Estadão, a manifestação foi marcada por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), críticas ao governo Lula e ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X, da Tesla, da SpaceX e da rede de satélites Starlink.

Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, partido de Lula, fez comentários e criticou Musk. “Se alguém tinha alguma dúvida, o ato de Copacabana escancarou o alinhamento total do bolsonarismo com o dono do X, contra a democracia no Brasil”, escreveu. “A `liberdade de expressão` que eles querem é para seguir mentindo e solapando as instituições democráticas. Só não vê quem não quer.”

A deputada federal também chamou Bolsonaro de “covarde”. “Covarde como sempre, o inelegível segue terceirizando os ataques, cada vez mais insolentes, para o tal Malafaia”, afirmou. “E pode esperar sentado, inelegível: não vai ter anistia pra golpista nem impunidade para os mandantes.”

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.