Moraes exibe vídeos do 8/1 no julgamento de Bolsonaro: ‘Nenhuma Bíblia é vista’; veja as imagens

O relator afirmou que não há ‘nada mais inverídico’ do que dizer que o STF estaria condenando ‘velhinhas com Bíblia na mão’

Foto do author Raisa Toledo
Por Raisa Toledo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a mostrar nesta quarta-feira, 26, vídeos com imagens da depredação realizada por participantes do ataque à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

“Nenhuma Bíblia e nenhum batom é visto nesse momento, mas a depredação é vista”, disse o relator do caso no STF sobre a invasão aos prédios. “Tivemos tentativa de golpe de estado violentíssima”, afirmou.

Moraes exibe vídeos do 8/1 no julgamento de Bolsonaro: 'Nenhuma Bíblia é vista' Foto: STF via YouTube

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Moraes reproduziu o material durante a leitura do seu voto no julgamento que decide se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete de seus aliados vão se tornar réus, respondendo criminalmente por tentativa de golpe de Estado.

Os vídeos mostram sobretudo o confronto pesado com policiais dentro e fora dos prédios públicos. Há cenas de golpistas agredindo agentes da Polícia do Legislativo e atacando um policial montado em um cavalo, ferindo também o animal.

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O ministro descreveu os atos como uma “verdadeira guerra campal” e perguntou: “Se isso não é violência, o que seria?”. Também ressaltou que na maioria das sustentações orais dos advogados dos acusados, as defesas reconheceram a gravidade dos fatos ocorridos no dia 8 de Janeiro. Ele disse ainda que a data foi “uma notícia péssima para todos os brasileiros e para a democracia”, e não “um passeio no parque”.

No primeiro dia de julgamento, na terça-feira, 25, Moraes falou em “desfazer” a narrativa de que a Corte estaria condenando “velhinhas com a Bíblia na mão que estariam passeando pela Praça dos Três Poderes”: “Nada mais mentiroso do que isso”, declarou.

Na ocasião, o relator também apresentou um perfil etário das pessoas que foram condenadas pelos atos golpistas. Dos 497 condenados, 36 (7%) têm entre 60 e 69 anos e 7 (2%) têm mais de 70 anos. Os 454 restantes (91%) têm até 59 anos.

Ainda segundo os dados apresentados, 14 dos 43 idosos foram submetidos a penas de um ano, convertidas em serviços comunitários e medidas socioeducativas.

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