Moraes manda PF entregar conversas de Marielle Franco com delegado acusado do assassinato

Decisão do STF acolhe solicitação da defesa de Rivaldo Barbosa, que quer provar que tinha boa relação com a vereadora

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Por Raisa Toledo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) entregue as conversas entre a vereadora Marielle Franco e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.

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Marielle foi assassinada em março de 2018 junto a seu motorista, Anderson Gomes, e Rivaldo está preso acusado de ser um dos mentores do crime.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria planejado e ordenado a morte da vereadora, além de ter atuado para atrapalhar as investigações sobre o crime enquanto era chefe da polícia fluminense. O delegado está preso preventivamente desde março do ano passado.

Rivaldo Barbosa e Marielle Franco, vereadora assassinada na noite de 14 de março de 2018, no centro do Rio.  Foto: Wilton Junior/Estadão e Renan Olaz/CMRJ

A decisão de Moraes acolhe um pedido da defesa de Rivaldo para que conversas dele com Marielle sejam anexadas ao processo. O objetivo da defesa, que sempre negou a participação do delegado no crime, é provar que eles tinham uma relação “cordial e profissional”. As mensagens foram extraídas de aparelhos telefônicos apreendidos nas investigações.

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O pedido do ministro do STF também inclui que a PF encaminhe conversas de Rivaldo com os delegados Giniton Lages e Daniel Rosa, que atuaram no caso, e Brenno Carnevale, que relatou as supostas interferências do ex-chefe de polícia. A intenção é demonstrar que Rivaldo fazia cobranças sobre o andamento da apuração do assassinato de Marielle.

Em outra petição do advogado de Rivaldo acolhida por Moraes, a Justiça do Rio de Janeiro deve enviar a íntegra de um processo criminal que demonstraria que o mandante do crime teria sido Cristiano Girão, acusado de chefiar uma milícia no bairro Gardênia Azul.

O ministro também negou outros pedidos da defesa. Entre eles, o de que Ronnie Lessa, executor confesso do assassinato e delator de Rivaldo Barbosa, seja submetido a avaliação psiquiátrica para identificar eventual transtorno de personalidade.

Também foi rejeitado que a PF anexasse ao processo uma apuração sobre o monitoramento ilegal que teria sido feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o delegado Daniel Rosa.

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Rosa foi um dos primeiros responsáveis pela investigação do assassinato, mas foi afastado do caso. O intuito da defesa seria provar que Rosa foi afastado por ter apontado Cristiano Girão como mandante do assassinato de Marielle.

Segundo a denúncia da PGR, os mandantes do crime foram o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa. A motivação seria a atuação da vereadora contra a grilagem de terras em áreas controladas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.

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