Moro mantém suspense sobre candidatura no PR e diz que Rosângela ‘está pronta’ para representá-lo

Ex-juiz teve domicílio eleitoral em SP negado e articula candidatura ao Senado ou à Câmara dos Deputados pelo Paraná, seu Estado natal

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Por Ederson Hising e Bibiana Borba
Atualização:

O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) frustrou expectativas e não anunciou qual cargo irá disputar no Paraná nas eleições de 2022, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 14, em Curitiba. No evento, ele afirmou que a mulher, a advogada Rosângela Moro, “está pronta” para representá-lo por São Paulo.

Ao contrário do marido, a mulher, filiada ao mesmo partido, tem domicílio eleitoral em SP e pode concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. O ex-juiz pleiteava se candidatar a uma vaga no Congresso por São Paulo, mas teve a transferência de domicílio eleitoral negada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por não ter vínculo com o Estado. Ele discordou, mas disse que respeita a decisão.

Moro cumprimenta Luciano Bivar (União Brasil), em evento no final de maio. Foto: Adriano Machado/Reuters

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“Minha esposa está pronta também. Não só para me representar, e os valores e princípios que acredito, mas os dela próprios. Tem carreira importante na advocacia em defesa de pessoas com doenças raras e com deficiências”, afirmou o ex-juiz, que destacou que caberá a Rosângela a decisão final.

Moro afirmou em um pronunciamento antes da coletiva que poderá tentar uma vaga de deputado, senador ou até mesmo “eventualmente governador”. “Quem vai decidir é a população do Paraná”, disse. Para isso, ele fará uma série de visitas a cidades do Estado, já que pretende anunciar o cargo no período de convenções, entre o fim de julho e início de agosto.

No discurso, sempre com menções à Lava Jato, ele tratou a disputa de um cargo pelo Paraná como uma escolha. “Contem comigo sempre para ser um lutador, não vou desistir em nada. Ninguém vai me deter nessa busca por transformar o Brasil e fazer história novamente a partir daqui do Paraná”, disse o ex-ministro.

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Ele e a esposa foram questionados sobre os domicílios eleitorais diferentes. Antes mesmo da resposta de Rosângela, o pré-candidato a presidente Luciano Bivar (União Brasil) interrompeu a fala de Moro e afirmou que, no ano que vem, “ambos estarão no Congresso Nacional, morando em Brasília”.

Em foto de 2019, quando ainda ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro aparece com a esposa em evento no Congresso. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Moro tornou-se alvo de um pedido de impugnação da filiação ao União Brasil no Paraná, protocolado por uma ala mais alinhada ao presidente Jair Bolsonaro. Em documento enviado à Justiça Eleitoral, Cristiane Mesquita, filiada ao partido no PR, argumenta que o ex-juiz é alvo de investigações por suposta fraude em declaração de domicílio eleitoral.

O texto do pedido alega que a filiação do ex-ministro à sigla está irregular. Nesta terça, o presidente do União Brasil no PR, deputado federal Felipe Francischini, minimizou a situação. “Não tem fundamento algum. No Paraná, Moro não terá problemas”, disse.

Assista ao pronunciamento de Sérgio Moro, registrado em vídeo pelo União Brasil:

Cenário da disputa no Paraná

Sergio Moro deve mexer com o tabuleiro das eleições no Paraná. Os principais caminhos são as disputas para senador, que ele teria dito preferir, e para deputado federal, que é uma preferência do partido. Pesquisas internas estão sendo realizadas para testar diferentes cenários para Moro.

Ao optar pelo Senado, o ex-juiz mediria forças com o senador Alvaro Dias (Podemos), que lidera em pesquisa já divulgada. Dias articulou a ida do ex-ministro ao Podemos, onde esteve antes de se filiar ao União Brasil.

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O partido entende que Moro seria importante para formar maior bancada na Câmara dos Deputados. No Estado, outro ex-Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), é pré-candidato a deputado federal. Sobre isso, Moro disse não ver problemas por acreditar que a população saberia reconhecer o trabalho feito pelos dois.

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Moro pleiteava se candidatar a uma vaga no Congresso por São Paulo, mas teve a transferência de domicílio eleitoral negada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por não ter vínculo com o Estado. Depois, tornou-se alvo de um pedido de impugnação da filiação ao União Brasil no Paraná, protocolado por uma ala da sigla mais alinhada ao presidente Jair Bolsonaro.

Em pedido encaminhado à Justiça Eleitoral, Cristiane Mesquita, filiada ao partido no PR, argumenta que Sérgio Moro é alvo de investigações por suposta fraude em declaração de domicílio eleitoral. O documento, assinado pela advogada Viviane Fuchs Visentin, alega que a filiação do ex-ministro à sigla está irregular.

Antes de se filiar ao União Brasil, Moro tentou ser candidato à Presidência pelo Podemos. Com o andamento das pesquisas eleitorais e discussões internas entre partidos, ele desistiu de representar a chamada terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto.

O ex-ministro nasceu em Maringá (PR) e foi o responsável por julgamentos da Operação Lava Jato como juiz federal de primeira instância, de 2014 a 2018. Depois, deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do recém-eleito, à época, presidente Jair Bolsonaro. Moro anunciou a saída do cargo em maio de 2020.

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Rosângela Moro

Ao contrário do marido, a advogada Rosângela Moro não teve a transferência de seu domicílio eleitoral para São Paulo cancelada; o ex-juiz disse que caberá a ela a decisão final, mas ressaltou que a mulher está livre para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados por SP, o maior colégio eleitoral do País. Ela vem sendo destacada em vídeos de propaganda eleitoral do partido.

Relembre a trajetória de Sérgio Moro

Sérgio Moro deixou o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro em maio de 2020 e foi morar nos Estados Unidos com Rosângela. Lá, trabalhou como advogado e foi questionado pela ligação de empresas para as quais prestou serviço com a Lava Jato, operação que coordenou até o fim de 2018. Ele decidiu voltar ao Brasil em 2021 e, antes de se filiar ao União Brasil, chegou a ser anunciado como pré-candidato à Presidência pelo Podemos. Com o andamento de pesquisas eleitorais e discussões internas entre partidos, desistiu de representar a chamada terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto.

O ex-ministro nasceu em Maringá (PR) e foi o responsável por julgamentos da operação Lava Jato como juiz federal de primeira instância, de 2014 a 2018. Depois, deixou a magistratura para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública no governo do recém-eleito, à época, presidente Jair Bolsonaro (PL).

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