Mourão assume derrota, critica pedidos de golpe e fala em voltar ‘mais forte’ em 2026

Vice-presidente disse que manifestações antidemocráticas deixam o país em uma ‘situação difícil’

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Por Vinicius Valfré
Atualização:

BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quarta-feira, 2, que o golpe militar pedido nas ruas por apoiadores do governo deixaria o país “numa situação difícil” e que é preciso voltar “muito mais fortes” em 2026.

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Em uma publicação no Twitter, o general disse que existe hoje um “sentimento de frustração” causado anos atrás quando “aceitamos passivamente” a “escandalosa manobra jurídica” que permitiu a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente eleito.

“Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o País numa situação difícil perante a comunidade internacional”, comentou o militar.

Em Santa Catarina, pessoas fizeram saudação associada a um gesto nazista durante bloqueio de estrada em São Miguel do Oeste. No vídeo, centenas de pessoas aparecem com a braço estendido durante a execução do hino nacional em frente a um batalhão do Exército.  Foto: Reprodução

Mourão propôs um manifesto que explicaria a força de movimentos à direita para “bloquear pautas puramente esquerdistas”.

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“Está na hora de lançar um manifesto explicando isso e dizendo que temos força para bloquear as pautas puramente esquerdistas, além de termos total capacidade de retornarmos muito mais fortes em 2026. Precisamos viver para lutar no dia seguinte”, publicou.

O vice ainda citou frase atribuída ao ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill que recomenda “altivez na derrota”.

Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, Mourão já instruiu servidores da vice-presidência a facilitarem os trabalhos da transição. Sem que Bolsonaro reconheça publicamente a vitória de Lula, o general já conversou com seu futuro sucessor, Geraldo Alckmin (PSB), no primeiro contato entre autoridades da linha sucessória.

Hamilton Mourão também ganhar a atribuição de passar a faixa presidencial a Lula, em 1º de janeiro. Sem parabenizar ou citar o rival, Jair Bolsonaro dá sinais de que deve insistir no confronto com o petista e abrir mão dos ritos solenes da posse do novo presidente.

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