BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou nesta quarta-feira, 4, que a reunião ontem entre o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, tem o objetivo de entregar ao Brasil a “eleição mais correta possível”.
A agenda entre as autoridades foi marcada para tentar “baixar a fervura” da tensão entre os Poderes, ampliada após o presidente Jair Bolsonaro (PL) - ao novamente contestar a segurança do sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas - sugerir uma apuração paralela dos votos em outubro controlada pelas Forças Armadas.
“São encontros institucionais, as coisas vão se ajeitando, sem maiores estresses nisso aí”, afirmou o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto. “Tudo é no sentido de que a gente tenha a eleição mais correta possível. Não tenho dúvida de que isso vai acontecer.”
Pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Mourão, contudo, evitou comentar a sugestão de Bolsonaro por uma apuração paralela pela Forças Armadas: “Esse assunto não está a meu cargo”.
Depois do encontro com Fux, o ministro da Defesa divulgou, por meio de nota, que que as Forças Armadas estão em “permanente estado de prontidão para o cumprimento das suas missões constitucionais”.
Crise entre os Poderes
Fux e Pacheco
Além do encontro com o ministro da Defesa, Fux se reuniu nessa terça-feira com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “O que nós não podemos permitir é que o acirramento do processo eleitoral, que é natural, possa descambar para aquilo que eu reputo como anomalias graves, de se permitir falar sobre intervenção militar, sobre atos institucionais, sobre frustração de eleições, sobre fechamento do Supremo Tribunal Federal”, disse Pacheco, após o encontro com Fux, que durou cerca de 45 minutos. “Essas anomalias graves precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção porque todas as instituições têm obrigação com a democracia e com o cumprimento da Constituição.”
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