MPF arquiva denúncia contra governador Jorginho Mello sobre elogio a cidade por ‘cor da pele’

Em evento em Pomerode, município conhecido por colonização alemã, governador de Santa Catarina ressaltou ‘cor da pele’ das pessoas ao citar atributos positivos do local

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Por Raisa Toledo

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar denúncia registrada em janeiro contra o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), após ele afirmar em cerimônia de abertura de evento em Pomerode (SC) que a cidade se destaca pela “cor da pele das pessoas”.

A acusação de suposta prática de racismo foi feita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Sapucaia do Sul (RS). A declaração do governador ocorreu durante a 40.ª Festa Pomerana, que celebra a cultura germânica na região do Vale do Itajaí.

O governador catarinense Jorginho Mello (PL) Foto: Eduardo Valente/Governo de Santa Catarina

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Na ocasião, conforme áudio disponível no site da Secretaria de Comunicação Social do governo de Santa Catarina, Jorginho Mello afirmou: “Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo o que representa para todos nós”.

O parecer do MPF é de que não houve dolo, uma vez que não foi constatada “a ideia de hierarquizar grupos em detrimento de outros, muito menos diminuí-los ou eliminá-los”.

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“São palavras que, embora possam, se lidas de forma isolada, traduzir alguma dúvida quanto à intenção de quem as proferiu, retomam o seu mais claro sentido quando confrontadas com o discurso de que foram extraídas”, escreveu o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho.

No Instagram, Jorginho Mello reagiu ao arquivamento da notícia de fato registrada, fruto, segundo ele, de manobras políticas.

“Infelizmente, isso é sistemático. Tem uma turma aí que insiste em dizer que somos um Estado preconceituoso. É inveja. Porque crescemos, nos desenvolvemos e somos exemplo para o Brasil”, afirmou em vídeo publicado nesta segunda-feira, 17.

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