A direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra (MST) emitiu nota em que afirma que dirigentes e famílias acampadas estão sendo ameaçados de morte por fazendeiros e pistoleiros, em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais.
Segundo o MST, as ameaças começaram após 600 trabalhadores e trabalhadoras sem-terra terem ocupado a sede da antiga Usina Ariadnópolis, na última segunda-feira, dia 21. Vários dirigentes do MST na região foram ameaçados de morte por supostos donos da terra. Cerca de 180 famílias acampadas na área da ex-Usina também vêm sofrendo ameaças de pistoleiros, que durante a noite realizam rondas em volta do acampamento.
Segundo o portal Vermelho, o vereador do PCdoB, Camilo de Lelis Fernandes, de Campo do Meio, também foi ameaçado de morte, pelo fazendeiro Jovane Filho de Souza Moreira e dois comparsas. Armado, o fazendeiro entrou na frente do carro do vereador e na presença de várias testemunhas, disse: "você vai morrer agora porque o seu povo invadiu a Usina do meu pai".
Ainda de acordo com o movimento, nesta quarta-feira, o conflito se acirrou, quando os supostos donos da terra e administradores deixaram o local e com a chegada da polícia, em seguida. O MST afirma ter feito denúncias junto à Ouvidoria Agrária do Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e aos órgãos de segurança pública do Estado, alertando que existe um risco eminente de massacre na região, como o que aconteceu em Felisburgo, em 2004, quando um fazendeiro e seus jagunços assassinaram cinco trabalhadores rurais sem-terra.
Os trabalhadores pedem a desapropriação imediata da antiga Usina, para resolver o conflito que se arrasta há 14 anos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.