BRASÍLIA – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou, por meio do seu site oficial, que cerca de 400 famílias do movimento ocuparam uma fazenda em Itabela, no extremo sul da Bahia. Segundo o movimento, a área é improdutiva. O ato faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre neste mês em repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996.
A área invadida pelo movimento é da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ligada ao Ministério da Agricultura, e, portanto, do governo federal.
Na nota, o MST afirma que reivindica a área para a reforma agrária. “E defende a reforma agrária popular como um projeto de agricultura sustentável para produzir alimentos a todo o povo brasileiro do campo e da cidade e assim combater a fome”, disse o movimento na página oficial.
Desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST reforçou o pleito pela destinação de áreas para reforma agrária. O governo vai anunciar, na próxima segunda-feira, 15, a “prateleira de terras” improdutivas e devolutas para destinar à reforma agrária e à demarcação para quilombolas, promessa feita pelo petista desde o ano passado, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. A entrega da “prateleiras de terras” pelo governo federal ocorre durante o tradicional “Abril Vermelho”, como uma tentativa de frear invasões do movimento.
O MST foi recebido por Lula no último sábado na Granja do Torto, juntamente com representantes de sindicatos e de outros movimentos sociais. Ao jornal Folha de São Paulo, o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, disse na semana passada que o movimento ia esperar o governo anunciar medidas para a reforma agrária para programar ações do “Abril Vermelho”.
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