NOVA YORK – Passadas quatro horas, diversas cadeiras já estavam vazias na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que, nesta terça-feira, 24, recebeu as delegações da maior parte dos 193 Estados-membros da ONU para participarem da 74ª edição do encontro anual de líderes em Nova York. Os discursos dos chefes de Estado e diplomatas continuam pelos próximos dias, até a próxima segunda-feira, 30.
A Assembleia começou por volta de 9h com um discurso em inglês, francês e espanhol do secretário-geral português António Guterres, que tem apostado nas mudanças climáticas como um dos marcos de sua administração. A ONU tem ainda outras três línguas oficiais: árabe, russo e chinês. Os tradutores ficam em cabines nas laterais da sala, que tem traços do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
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O hall da Assembleia-Geral é o espaço mais procurado por qualquer visitante que vá à ONU pela primeira vez. As selfies e vídeos dos visitantes não deixaram dúvida. Com duas mil cadeiras, o edifício foi sendo reformado ao longo dos anos conforme mais países foram aderindo à organização. No início, eram apenas 51 países - o Brasil entre os fundadores. Hoje, o número quase quadruplicou.
Enquanto Guterres repetia o discurso em francês e espanhol, já não eram muitos os representantes internacionais que prestavam atenção em suas palavras. Outros tentavam se entender com o aparelho que faz traduções em tempo real nos idiomas da ONU.
Após suas falas, foi a vez do nigeriano Tijjani Muhammad-Bande, o novo presidente da Assembleia-Geral, falar. Com a sala cheia cada vez mais cheia, dezenas de convidados das delegações faziam fotos, vídeos e selfies - alguns no meio do plenário. Bande bateu o seu martelo na mesa diversas vezes para chamar a atenção dos presentes. Nem sempre com sucesso. Ele assumiu o cargo este mês e ainda se adapta à liturgia da função.
O martelo - presente da Islândia - já foi roubado no passado. Desde então, ninguém pode subir no local onde fica o presidente da Assembleia-Geral. O tradicional mármore verde que aparece em todas as fotos dos discursos foi um presente da Itália. O carpete verde, também típico, foi doado pelos irlandeses.
Quando o presidente Jair Bolsonaro fazia sua estreia, alguns líderes ainda não estavam na sala. Recep Erdogan, da Turquia, entrou no final do discurso do presidente brasileiro. Já a delegação de Cuba deixou a sala no meio da fala de Bolsonaro, que teve críticas ao país. As maiores atenções foram para o presidente Donald Trump, que sucedeu Bolsonaro. As selfies continuaram. Em seguida, falou o presidente egícpio Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, que já começou a ver a sala se esvaziar no início de suas palavras.
*O repórter viajou a convite da Organização das Nações Unidas