BRASÍLIA - A decisão do presidente Michel Temer de ir à reunião do G20, na Alemanha, colocará o País sob o comando de uma terceira autoridade diferente em menos de 20 dias: o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Isso porque Temer deve viajar entre os dias 7 e 8 de julho, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha sucessória, também estará impedido de assumir o comando da Nação. A razão é que Maia tem um compromisso na Argentina no mesmo período, entre quinta-feira, 6, e sábado, 8. Não fosse a coincidência, esta seria a segunda vez que o presidente da Câmara assumiria o Palácio do Planalto em menos de três semanas. A última vez ocorreu em 19 de junho, quando Temer viajou à Rússia e Noruega. Com a ausência das duas autoridades, Eunício deve ficar como presidente em exercício durante o período. A assessoria de imprensa de Maia justifica que a situação não passa de uma coincidência e que o compromisso no país vizinho já estava previsto há algum tempo. É que, desde que Temer se tornou alvo de um pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), aliados peemedebistas têm visto com desconfiança os movimentos do democrata. Maia seria o principal beneficiado no caso de um eventual afastamento de Temer do cargo.
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