‘Não podemos aceitar um golpe’, diz Bolsonaro a produtores rurais

Presidente diz que ‘liberdade’ está em jogo na eleição de outubro e ‘certas decisões’ não condizem com estado democrático de direito

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Foto do author Isadora Duarte
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL/CURITIBA – Em um jantar com produtores rurais, empresários do agronegócio, lideranças do setor e parlamentares ruralistas, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) disse que não se pode aceitar um “golpe”.

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“Sabemos o quanto está ameaçada a nossa liberdade, a liberdade de se expressar. Temos assistido com preocupação certas decisões que não condizem com o estado democrático de direito. Ninguém aqui quer dar golpe. Nós não podemos aceitar um golpe. Sabemos que a vontade popular tem de ser respeitada. Podem ter certeza que juramos dar a vida pela nossa liberdade”, afirmou Bolsonaro, conforme áudio obtido pelo Estadão/Broadcast.

As declarações foram dadas a uma plateia de cerca de 300 interlocutores do setor produtivo em um evento fechado em uma churrascaria em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Na semana passada, uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, teve como alvo oito empresários simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, que teriam dito que preferem um golpe à volta do PT. Moraes determinou quebra de sigilo e bloqueio de contras dos empresários.

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Logo após mencionar que a “população hoje sabe o que é STF”, disse que não iria ofender nenhum dos Poderes. “Não estamos aqui para ofender qualquer um dos poderes, mas sabemos da verdade, do que alguns querem, do que alguns pretendem mudar no Brasil”, afirmou.

Presidente Jair Bolsonaro em campanha na cidade de Curitiba Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters - 31/08/2022

Ainda sobre liberdade, o presidente afirmou que ela está em “jogo” em outubro. “Nós sabemos o que está em jogo em outubro, acima de tudo é a nossa liberdade. Se vocês hoje começarem a empobrecer, mas continuarem com liberdade, vocês recuperarão o que perderam, mas se perderem liberdade perderão tudo, inclusive a dignidade, a família, a propriedade privada, o direito de ir e vir”, afirmou Bolsonaro.

O presidente também disse que se o povo escolher mal seus representantes, o próprio povo sofrerá muito com isso. “Dizem que o poder emana do povo. Não é verdade, a não ser que o povo escolha bem seus representantes. É a luta do bem contra o mal”, apontou.

Bolsonaro voltou a atacar a oposição sobre sua facada durante a eleição em 2018. “Quando eles veem que não podem nos derrotar no voto ou de outra forma, vão para a eliminação do próximo”, disse o presidente, citando o caso de Celso Daniel e a morte de Luiz Eduardo Magalhães por enfarte. “Aos poucos, a história vai aparecendo”, afirmou.

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Bolsonaro questionou os presentes sobre para onde estava indo o País antes da sua gestão. “Em 14 anos com bandidos ocupando o Planalto Central. Para onde estavam indo nossas famílias e o futuro das crianças?”, disse Bolsonaro, afirmando que uma força “sobrenatural” o conduziu a andar pelo País até 2018 e que as “mulheres salvaram” o Brasil.

À frente da organização do evento, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Sergio Souza (MDB) criticou as orientações de partidos de esquerda contra as pautas do setor no Congresso. “MST não planta um pé. Se plantar é de maconha. Não há dúvida que vamos eleger Bolsonaro no primeiro turno”, afirmou.

Além de Souza, outros parlamentares paranaenses da bancada ruralista estiveram presentes no evento, como o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), Pedro Lupion (PP) e o governador do Paraná e aliado de Bolsonaro, Ratinho Junior (PSD).

Também no evento, lideranças locais do setor apresentaram preocupações e desafios do setor ao presidente. Segundo uma dessas lideranças, o encontro foi “dentro do esperado” e que o presidente tem “votos garantidos” no segmento.

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