O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a apoiadores nesta quarta-feira, 11, ser contrário à privatização das principais estatais nacionais, e criticou as iniciativas do governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar vender essas empresas. “(Bolsonaro) pare de tentar privatizar as nossas empresas públicas”, disse o pré-candidato petista em Juiz de Fora (MG), no terceiro dia de viagem a Minas Gerais.
“Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter de conversar conosco depois das eleições. Parem de tentar vender a Eletrobras. O Programa Luz Para Todos, que custou ao povo brasileiro R$ 20 bilhões, só pôde ser feito porque a empresa (Eletrobras) era pública. Não tem de privatizar os Correios, a Caixa Econômica e o BNDES”, afirmou Lula. “Parem de vender as coisas que já estão prontas”.
Lula também afirmou que Bolsonaro e é um “fanfarrão” e “não sabe o que está fazendo” na condução do governo. “Ele não sabe o que está fazendo nesse país. O Bolsonaro fala em golpe todo dia. A imprensa fala em golpe. Ele vai ver o golpe que vai sofrer em 2 de outubro (dia do primeiro turno das eleições)”, disse o ex-presidente.
Teto de Gastos
Mais cedo, o pré-candidato do PT à Presidência também criticou o teto de gastos e disse que, se eleito, irá acabar com a medida. “Não vai ter teto de gastos no meu governo”, afirmou Lula, em encontro com reitores de universidades federais em Juiz de Fora (MG). Uma das principais âncoras fiscal da economia, o teto de gastos fixa um teto anual para o crescimento das despesas.
“O que vai resolver a relação entre dívida e PIB é o crescimento do PIB”, disse Lula, que afirmou que pretende ampliar os investimentos em educação. “É o que dá mais retorno ao País.”
Criado no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), o teto de gastos foi várias vezes criticado por Lula. Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), escolhido como relator-geral do Orçamento de 2023 no Congresso, defendeu excluir as despesas do Auxílio Brasil do teto, por exemplo.
Além do teto de gastos, Lula e economistas do partido já defenderam a revisão da reforma trabalhista, também aprovada no governo Temer, e privatizações.
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