Negacionistas da vacina têm boa votação para a Câmara

Pazuello (PL) foi um dos deputados federais mais votados no Rio; Mandetta não se elegeu ao Senado

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Foto do author Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - Os eleitores brasileiros garantiram boa votação a candidatos identificados com o negacionismo científico durante a pandemia do novo coronavírus, mas também asseguraram o mandato de parlamentares que atuaram na CPI da Covid no Senado.

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Dois ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia tiveram destinos distintos. O general Eduardo Pazuello (PL), investigado por má gestão, foi o segundo deputado federal mais votado no Rio. O médico Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), demitido por divergir de ordens de Bolsonaro contra o isolamento social, perdeu a disputa do Senado no Mato Grosso do Sul.

Pazuello recebeu 205 mil votos. Oficial da reserva do Exército, ele foi indiciado na CPI da Covid e virou alvo de investigação do Ministério Público. Pazuello é acusado de ter atrasado a negociação da compra de vacinas. Ele nega. Ex-deputado federal, Mandetta concorreu ao Senado e ficou em segundo, sendo derrotado pela ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), apoiada por Bolsonaro.

No Amazonas e na Bahia dois integrantes da CPI saíram vitoriosos das urnas. Presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD) foi reconduzido ao cargo. Na Bahia, o senador Otto Alencar (PSD) também se reelegeu. Os dois tiveram atuação destacada na comissão.

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Aziz comandou os trabalhos sem dar trégua às cobranças ao governo de Bolsonaro. Alencar, por sua vez, costumava enfrentar representantes governistas na comissão e também os integrantes do Ministério da Saúde que eram chamados a depor. Médico, Alencar questionava o discurso do governo de incentivar o uso da cloroquina como tratamento.

O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), que errou seguidas previsões sobre a evolução da pandemia no País, foi reeleito deputado federal. Recebeu 103 mil votos. Médico, ele aconselhava Bolsonaro e defendeu tratamento ineficaz, posicionou-se contra medidas de isolamento social, a favor da suposta imunidade de rebanho e se equivocou ao cravar o encerramento precoce da pandemia e um número de óbitos que seria menor que o da H1N1.

Candidata a deputada no Ceará, Mayra Pinheiro (PL), que ficou conhecida como “capitã cloroquina” durante a pandemia, não conseguiu se eleger. Seu partido fez uma bancada de cinco deputados no Estado, mas ela ficou em sétimo, embora com votos expressivos. Teve 71 mil votos. Mayra ocupou cargo de secretária no Ministério da Saúde e era defensora do uso de medicamento sem comprovação científica para o tratamento da covid-19.

Nos Estados, foram para o segundo turno dois integrantes da tropa de choque de Bolsonaro na CPI da Covid: os senadores Marcos Rogério (PL), candidato ao governo de Rondônia, e Jorginho Mello (PL), que concorre em Santa Catarina.

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