BRASÍLIA - Após a exibição do filme “Superação: o milagre da fé”, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fez um discurso em frente à tela de cinema no qual disse que o atentato contra o marido, no ano passado, "resgatou uma nação e despertou uma igreja que orou pela recuperação dele". Michelle é evangélica. O presidente Jair Bolsonaro acompanhou de pé a fala da esposa, que foi traduzida simultaneamente para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ele estava entre os convidados que compareceram a uma sessão reservada da produção cinematográfica.
"Gente, obrigada. Foi um prazer estar aqui nesta manhã com todos vocês. E nós temos muito em comum com esse filme pelo momento difícil que o Jair passou. Creio que todos aqui, como no filme, oraram pela recuperação dele. Fico muito emocionada em saber que o deus que fez milagres no passado continua fazendo hoje. O deus que fez o milagre em 2015, fez o milagre em 2018", afirmou a primeira-dama.
Bolsonaro assistiu a um filme americano que é baseado no livro autobiográfico de Joyce Smith, publicado em 2017. Há quatro anos, o filho de Smith, John, de 14 anos de idade, caiu em um lago congelado no Missouri, nos EUA, durante o inverno. Ele chegou a ser declarado sem vida, mas teria "ressuscitado" por causa da fé e da oração da mãe.
Em sua fala, Michelle também falou que ela e os filhos de Bolsonaro tinham "a mesma certeza" da protagonista de que Bolsonaro iria se recuperar, após ele ter sofrido atentado à faca durante a campanha presidencial. "O Senhor colocou paz no nosso coração. O que era para ser a morte, foi para o milagre. Resgatou o patriotismo, resgatou uma nação, despertou uma igreja que orou pela recuperação dele", declarou a primeira-dama.
No discurso, Michelle se emocionou com a reação de um convidado que, através da linguagem dos sinais, a interrompeu para agradecer pela sessão. "A gente luta a todo momento para conseguir uma legenda (para surdos), mas é difícil. A gente também se emociona", disse o convidado. O pastor da igreja de Michelle, Cláudio Duarte, também participou da sessão e fez uma oração no local a pedido da primeira-dama.
A “escapada” de Bolsonaro ao cinema, fora da agenda oficial, se deu no momento em que o governo passa por uma crise política. Enquanto o presidente assistia ao filme, o ministro da Economia, Paulo Guedes, informava sua desistência de ir à Câmara defender a reforma da Previdência, o que acirrou as críticas. Por volta das 11h30, o presidente já estava de volta ao Palácio do Planalto, onde se reuniu com o governador do Rio, Wilson Witzel.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que acompanhou o casal na sessão, contou que todos se emocionaram, inclusive a primeira-dama e o presidente. “Um filme totalmente inclusivo, um cinema cheio de surdos. Mãe surda com filho surdo podendo assistir a um filme”, disse. Michelle é autodidata em Libras tem ligação com entidades que tratam pessoas com deficiência e com doenças raras.
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