No Maranhão, Bolsonaro diz que vai ‘mandar embora o comunismo do Brasil’

Em visita a Imperatriz, presidente volta a criticar o governador Flávio Dino, do PCdoB, que disse que o chefe do Executivo faz propaganda política com dinheiro público: ‘Será processado’

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BRASÍLIA – Em recado ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 29, que “em um curto espaço de tempo” irá “mandar embora o comunismo do Brasil”. A crítica indireta ao Executivo estadual, feita durante evento em Imperatriz (MA), vem após declarações públicas contra Dino, que marca forte oposição a Bolsonaro. Na terça-feira, 27, o presidente disse a apoiadores que era preciso “tirar o PCdoB” do Maranhão.

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“Nós vamos, num curto espaço de tempo, mandar embora o comunismo do Brasil. Nós não aceitamos esse regime ditatorial onde o povo não tem vez. Nós somos a liberdade, nós somos aqueles que não têm medo da verdade”, declarou.

O presidente agradeceu pela recepção que recebeu dos maranhenses em sua visita ao Estado e disse que construirá um “novo Brasil” com o povo. “Temos uma preocupação enorme contra aqueles que querem roubar mais do que o nosso dinheiro, querem roubar nossa liberdade. Essa nossa bandeira sagrada jamais será turvada de vermelho”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro durante visita a Imperatriz, no Maranhão Foto: Alan Santos/PR

Sem usar máscara durante toda a agenda, o presidente foi recebido na cidade em meio a uma grande aglomeração. Caminhando no meio da multidão, ele abraçou e apertou as mãos de seus apoiadores, incluindo pessoas consideradas do grupo de risco do novo coronavírus, como idosos. “Não tem preço ser recebido dessa forma calorosa”, disse. Imperatriz foi uma das três cidades do Maranhão onde Bolsonaro teve maioria dos votos nas últimas eleições.

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No evento, o presidente destacou entregas de obras de infraestrutura do governo federal para a região. “Temos um dos menores orçamentos da história da República, mas nunca tivemos tantas obras, começadas ou concluídas. Nós não nos preocupamos de quem é a obra iniciada há 10, 20, 30, ou 40 anos e não concluída. Nós estamos concluindo obras. Obras que bem demonstram o carinho e respeito que temos com o dinheiro de vocês”, afirmou.

Bolsonaro enalteceu o trabalho desempenhado pela equipe de ministros e agradeceu a atuação de parlamentares do Estado, em especial, o senador Roberto Rocha (PSDB). Ao fim do discurso, voltou a lembrar sua defesa contra o comunismo: “Pode ter certeza, outras vezes viremos aqui. E, se Deus quiser, brevemente estaremos para comemorar a erradicação do comunismo em nosso Brasil”.

O chefe do Executivo participou da inauguração do Complexo Gastronômico da Culinária Popular de Imperatriz, o Panelódromo. Na chegada ao local, o presidente, sem máscara, cumprimentou uma multidão aglomerada. Ele ouviu gritos de apoio e palavras de “Fora Dino”, contra o governador do Estado.

O evento contou com a participação dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Fábio Faria (Comunicações), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Marinho ressaltou em sua fala que o governo se empenha em entregas de obras no Nordeste, destacado a retomada de mais 200 unidades habitacionais rurais no Maranhão. Fábio Faria anunciou novos projetos de conectividade para o Estado.

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Dino rebate Bolsonaro: ‘Habitual falta de educação e decoro’

Dino, reagiu às declarações de Bolsonaro em suas redes sociais e disse que vai processá-lo por fazer propaganda política com dinheiro público. “Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado.”

O governador do Maranhão fez referência a uma piada de tom homofóbico feita por Bolsonaro. Em uma reunião de trabalho, publicada nas redes sociais, disse que o guaraná Jesus, de cor rosa, é o “guaraná do povo do Maranhão”, disse “Até para os visitantes mal educados, a gente serve também”, disse. /COLABOROU RICARDO GALHARDO e HYANA REIS, ESPECIAL PARA O ‘ESTADÃO’

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