BRASÍLIA - O silêncio toma conta do Palácio da Alvorada na noite deste domingo, 30. Fora o burburinho dos jornalistas, que se aglomeram ao lado do portão de entrada da residência oficial do Presidente da República, a única coisa que se ouve são as explosões de fogos de artifício em algum ponto da cidade. Dentro da residência oficial da Presidência, algumas lâmpadas à meia-luz sinalizam que tem gente em casa. Não se sabe ao certo quem.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), agora oficialmente derrotado pelas urnas, passou todo o dia despistando a imprensa. Uma hora chegava a informação de que havia saído sem destino; depois vinha a informação de que tinha seguido para a Granja do Torto, onde hoje mora o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na sequência, alguém anunciava que, na realidade, ele sequer havia saído. Nesta noite de domingo, quando o País espera que o presidente Bolsonaro reconheça a vitória de seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não se sabe sequer qual é o paradeiro do capitão.
Por volta das 21h, mais um comboio chegou ao Alvorada. Os oficiais que trabalham na portaria abriram os portões e suspenderam a bandeira do Brasil no mastro. Seria a indicação de que o presidente, agora, estaria presente. Às 22h, as luzes do Alvorada foram apagadas.
A reportagem conseguiu captar a presença de ao menos um familiar do presidente. Eduardo Bolsonaro está no Alvorada neste domingo, caminha pelas salas da residência oficial, mas segue o silêncio do pai.
Durante todo o dia, quando alguns poucos carros passaram pelo portão do Palácio, os jornalistas se aglomeraram na beirada do alambrado, na tentativa de fazer uma imagem, conseguir uma declaração. Não houve nenhuma manifestação. O chamado cercadinho, que nos últimos quatro anos serviu de palanque improvisado de Bolsonaro, também passou o dia todo vazio. Neste domingo, não havia nenhum apoiador no local.
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