Nove Estados podem eleger governadores sem necessidade de 2º turno

Pesquisas dão larga vantagem aos líderes em Pará, Goiás, Acre, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso, Paraná e Tocantins

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Foto do author Gustavo Queiroz

Nove Estados têm grandes chances de terminar a disputa aos governos locais já no primeiro turno, conforme pesquisas do Ipec (ex-Ibope) divulgadas entre sexta-feira e sábado, considerando os votos válidos: Acre, Amapá, Pará, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná. Em seis outros – Rio, Minas, Bahia, Maranhão, Piauí e Roraima – a disputa será voto a voto para definir se haverá uma segunda votação.

No Paraná, Ratinho Junior (PSD) deve se reeleger com 62% dos votos válidos. No Mato Grosso, o governador Mauro Mendes (União Brasil) também deve ter mais um mandato com 73% dos votos. Já no Amapá, o ex-prefeito de Macapá Clécio Luís (Solidariedade) tem chances de vencer com 57% dos votos válidos.

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Renato Casagrande (PSB) deve se reeleger ao governo do Espírito Santo na primeira rodada, com 59% da votação. Ele disputa pela quinta vez o cargo. Ganhou em 2010 e em 2018. Manato (PL) é o segundo colocado, com 25%. No Pará, o maior colégio eleitoral da Região Norte do País, Helder Barbalho (MDB) deve ter mais um mandato com 76% dos votos.

Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) poderá ter mais quatro anos, com 56% dos votos válidos. Caiado foi senador e deputado federal por cinco mandatos. E, no Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) tem grandes chances de se reeleger no primeiro turno, com 61%. Wanderlei Barbosa (Republicanos) lidera a disputa com 56% dos votos válidos no Tocantins e deve se reeleger. No Acre, candidato à reeleição, Gladson Cameli (Progressistas) também deve ter outro mandato, com 53%.

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Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) participam de debate ao governo de São Paulo. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

No maior colégio eleitoral do País, São Paulo (com 22,1% dos eleitores), pesquisa Ipec divulgada no sábado apontou que o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) deve disputar uma segunda rodada com o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), espelhando no Estado mais rico do País a divisão política da disputa ao Palácio do Planalto.

Em Minas Gerais, o segundo maior eleitorado – 10,4% dos eleitores –, Rio de Janeiro, terceiro maior, com 8,1% dos eleitores, e Bahia, quarto Estado com mais eleitores, com 7,2%, pesquisas apontam para uma corrida apertada, com possibilidade, dentro da margem de erro das sondagens do Ipec de sábado, de haver segundo turno.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também pode ter de enfrentar segundo turno com Marcelo Freixo (PSB), conforme pesquisas divulgadas sábado. Os mineiros vão ter de esperar o final da apuração para saber se haverá uma nova disputa entre o governador e candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo), e Alexandre Kalil, do PSD.

O governador Rio, Cláudio Castro, conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado.  Foto: EFE/ André Coelho

Em outra disputa que só deve ser decidida ao final da apuração, ACM Neto (União Brasil), que liderou com folga grande parte da campanha na Bahia, viu as chances de levar no primeiro turno diminuírem nos últimos 15 dias com a ascensão de Jerônimo Rodrigues (PT), candidato até então desconhecido que ancorou seu nome ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Na capital do País, Ibaneis Rocha (MDB) também esteve na frente durante a campanha, mas Leandro Grass (PV) cresceu nas pesquisas e chega na véspera da eleição com chances de levar a disputa para o segundo turno.

Lula versus Bolsonaro

Alguns Estados refletem a polarização da disputa nacional, entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). São os casos, por exemplo, de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, onde os candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas de intenção de voto.

O cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, destaca que, para os candidatos à Presidência, não apenas o número de Estados onde seus aliados lideram é importante neste processo, mas também o tamanho do eleitorado. “Para a eleição presidencial, você tem os dez principais colégios eleitorais em que ter palanques estaduais fortes é importante. Essa eleição está diferente de 2018 quando Bolsonaro não tinha uma estrutura partidária e candidatos colaram na onda Bolsonaro para chegar à vitória”, diz.

O cientista político lembra, ainda, que o apoio dos Executivos estaduais nos próximos quatro anos será importante, principalmente se o presidente eleito quiser pautar uma reforma tributária ou rediscutir o pacto federativo.

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No Ceará, Elmano de Freitas (PT) aparece com 44% dos votos válidos. O segundo colocado é Capitão Wagner (União Brasil), com 37%. Na sequência, vem o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), com 22%, apoiado por Ciro Gomes (PDT). Não à toa, na sexta-feira Lula fez campanha em Fortaleza para embalar a candidatura de Elmano no reduto político de Ciro.

Pesquisas indicam ainda que em alguns Estados apadrinhados de Bolsonaro devem seguir ao segundo turno sem concorrência com petistas: Onyx Lorenzoni, Marcos Rogerio e Jorginho Mello, os três do PL, respectivamente, em Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

No Piauí, a disputa está aberta, já que Silvio Mendes, do União Brasil, e Rafael Fonteles, do PT, estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro. Silvio tem 48% das intenções de voto, segundo o Ipec e Rafael, 47%. Se for ao segundo turno, o petista avança sem um apadrinhado de Bolsonaro na disputa.

No Amapá, há uma particularidade. Os partidos de Lula e Bolsonaro apoiam o mesmo candidato: o ex-prefeito de Macapá Clécio Luís (Solidariedade), que lidera a disputa no Estado com 57% dos votos válidos. Em Sergipe, o presidente perdeu um aliado no Estado, que liderava as pesquisas. O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, indeferiu o registro de candidatura de Valmir de Francisquinho (PL) na última quinta-feira, com base na Lei da Ficha Limpa. Como não há tempo hábil para a exclusão de Francisquinho nas urnas, os votos eventualmente creditados em nome de Valmir de Francisquinho serão considerados nulos.

Em Alagoas, o atual governador e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB) está na frente, com 45% das intenções. Em segundo lugar, aparece Rodrigo Cunha (União Brasil), com 23%. O ex-presidente Fernando Collor (PTB) é o quarto colocado, com 14%. Dantas assumiu o governo do Estado em maio, por meio de eleição indireta, após a renúncia de Renan Filho.