Novo livro analisa crise da democracia no País

Depois de 40 anos de caminhos compartilhados, cientistas políticos Francisco Weffort e José Álvaro Moisés lançam 1º livro em conjunto

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Foto do author Marcelo Godoy

Os cientistas políticos Francisco Weffort e José Álvaro Moisés têm um caminho comum há mais de 40 anos – o primeiro foi orientador do doutorado do segundo na Universidade de São Paulo (USP). Mas só agora assinam um livro em conjunto. Crise da Democracia Representativa e Neopopulismo no Brasil, publicado pela Fundação Konrad Adenauer, é a primeira parte de um projeto que reúne os pensadores em busca de saídas para a crise brasileira. Eles analisam o impacto do neopopulismo na atual crise da democracia e as possibilidades de superá-la.

Professores titulares da USP, eles estiveram entre os fundadores do PT, partido que deixaram nos anos 1990. Weffort se tornou ministro da Cultura do governo do amigo e colega Fernando Henrique Cardoso, cargo que ocupou por oito anos – Moisés o acompanhou no ministério.

Os cientistas políticos Francisco Weffort e José Álvaro Moisés, autores do livro 'Crise da Democracia Representativa e Neopopulismo no Brasil'. Foto: Tiago Queiroz e Marcio Fernandes/Estadão

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No livro, o primeiro texto é o de Moisés, que aborda a crise da representatividade. Em A democracia pós-autoritária na berlinda, o autor estuda os fatores que levaram ao esgotamento do sistema político saído da Constituição de 1988 – da fragmentação partidária à presidencialização da política. A saída, diz ele, parece vir do Chile, onde a ideia de um presidencialismo misto, com primeiro-ministro, é defendida pela maioria dos eleitos para a Constituinte.

É a preocupação com o fenômeno democrático e a defesa das instituições que domina o texto de Weffort. Ele parte da ideia do sociólogo Alain Touraine de uma democratização por via autoritária como uma característica do País. Para Weffort, a “democracia é parte do sonho brasileiro”, assim como a perspectiva de prosperidade constitui o sonho americano. “A ilusão da democracia está entre nós; até o golpe de 1964 foi dado em nome da democracia.”

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