Nunes elogia coronel Mello, mas diz que vice não está definido; Valdemar sugeriu outros três nomes

Prefeito alega que o ex-chefe da Rota é um ‘bom nome’ para o posto, mas que decisão será tomada em consenso com outros partidos que o apoiam nas eleições de 2024

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Foto do author Samuel Lima
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), recebeu de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, a indicação do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Nascimento de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, para ser vice em sua chapa nas eleições municipais de 2024. O prefeito, no entanto, evitou cravar o nome ao longo do dia. Segundo ele, a decisão será tomada por meio de “consenso” entre os partidos que formam a aliança pela sua reeleição.

“O presidente Valdemar esteve comigo pela manhã e trouxe o nome do coronel Mello, uma sugestão do presidente Bolsonaro e do PL. Falamos que é importante apresentar para os demais partidos. É um bom nome, mas precisamos ver agora os outros que estão postos”, declarou o prefeito após evento de assinatura do início das obras de canalização de um córrego para evitar alagamentos no Morumbi, nesta segunda-feira, 29, em mas uma agenda conjunta com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O prefeito Ricardo Nunes e o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota. Foto: Taba Benedicto/Estadão e Reprodução/Instagram/@melloaraujo10

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Em nota divulgada pela assessoria do PL, Valdemar Costa Neto disse que apresentou hoje uma lista de quatro candidatos em potencial ao prefeito. Além do coronel Mello, estão no páreo a delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil e suplente a deputada estadual pelo PL, a vereadora licenciada Sonaira Fernandes, atual secretária estadual de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio, e o deputado estadual Tomé Abduch, empresário e um dos fundadores do Movimento Nas Ruas. Os dois últimos são filiados ao Republicanos.

“Nunes está me surpreendendo, todo mundo quer ser vice dele”, escreveu o presidente do PL. “Vou levar o resultado da conversa para o Bolsonaro e, avançando, o prefeito vai discutir com todos os demais partidos da nossa frente ampla.”

Nunes afirmou ainda que receber “tanta sugestão de nome para vice” seria um indicativo de que a sua candidatura está crescendo em São Paulo e ganhando interesse no meio político. Não há pressa para definição do indicado do PL, diz o prefeito. “As definições de vice normalmente acontecem próximo das convenções, em julho. Estão antecipando muito o processo, por causa de outros candidatos, mas ainda temos bastante tempo para conversar, discutir e achar o melhor nome. Não tem prazo definido e não tem pressa.”

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Seu principal adversário nas pesquisas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), deve dividir o palanque com a candidata a vice Marta Suplicy, após articulação do PT e do presidente Lula em janeiro. A ex-prefeita ocupava antes o cargo de secretária de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, mas rompeu com Ricardo Nunes alegando não concordar com a aproximação do emedebista com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela deve se filiar ao PT em evento na sexta-feira, 2, consolidando o retorno ao partido que criticou após os escândalos da Lava Jato.

Como mostrou o Estadão, Mello Araújo é um fiel seguidor de Bolsonaro e seria uma espécie de preposto do ex-presidente da República numa eventual nova gestão de Nunes. O prefeito, por sua vez, ganharia um reforço na pauta da segurança pública durante a campanha, com atração, sobretudo, do eleitor bolsonarista. O coronel foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa pública federal, na gestão do ex-presidente desde outubro de 2020. Em janeiro de 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi exonerado do cargo. Antes, comandou a Rota, batalhão especial da Polícia Militar de São Paulo, entre 2017 e 2019.

O coronel da reserva Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo e o o presidente Jair Bolsonaro, em 15/12/2020. Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro e Nunes alternaram momentos de proximidade e distanciamento durante o ano passado. Em dezembro, o ex-presidente chegou a dizer que apoiaria o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente de seu governo, na eleição municipal. Ele também afirmou, em novembro, que precisava “engolir” candidatos defendidos por Valdemar Costa Neto para 2024. Neste domingo, Bolsonaro fez uma live com os filhos para lançar uma cartilha aos candidatos incentivando a polarização com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.