Depois de alfinetar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em evento com empresários, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a criticá-lo nesta quarta-feira, 16. Segundo Nunes, as ocupações de imóveis que foram promovidas por Boulos vendem o ideal de habitação, porém não entregam nenhum resultado. Ambos são pré-candidatos ao comando da capital nas eleições do ano que vem.
Enquanto Boulos conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Nunes busca a aprovação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se consolidar como o nome da direita nas eleições municipais. Nos últimos meses, Nunes e Bolsonaro se reuniram quatro vezes em eventos públicos. Assim, há expectativa de que a disputa pela capital paulista reproduza a polarização vista no pleito de 2022.
Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, Nunes procurou se posicionar como um pré-candidato de centro, mas que vai representar a direita na disputa eleitoral. Ele também se classificou como um conservador e defensor do empreendedorismo. “Tenho algo que acho que é muito importante, que é dialogar”, disse, acrescentando que tem abertura com vereadores do PT e até mesmo do PSOL.
Questionado sobre o adversário, Nunes afirmou que Boulos não só depredou a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), como também incentivou os ataques ao edifício. “Outro dia recebi um vídeo dele quebrando a Fiesp. Depredando, jogando pedra, quebrando tudo e falando que era pouco, que tinha que quebrar mais. Não é possível isso”, disse à emissora de televisão.
Na sequência, o prefeito criticou a atuação de Boulos em movimentos sociais que lutam pelo direito à moradia, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para Nunes, as ações de Boulos não entregam o resultado prometido. “Tem um imóvel que ele invadiu em 2013 - portanto, há dez anos - na beira da represa. Você vai lá hoje e tem 80 lonas pretas. Que política pública é essa? De ficar vendendo para as pessoas uma ilusão de habitação, de fazer invasão e não ter resultado nenhum”, disse.
O Estadão procurou a assessoria de Boulos para que o deputado federal se posicionasse acerca das críticas feitas pelo adversário. Porém, não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
O vice será decidido no momento certo, diz Nunes
Pré-candidato à reeleição, Nunes disse que busca um vice que conheça a cidade de São Paulo para disputar as eleições no próximo ano. O nome do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten vem sendo ventilado nos bastidores, porém Nunes afastou as especulações e afirmou que a escolha será feita na “hora certa”.
De acordo com o prefeito, não está certo que o PL fará a indicação do vice. No entanto, Nunes ponderou que o tempo de TV da sigla é um aspecto que vai ser levado em consideração. Segundo ele, a escolha do vice será feita durante as convenções partidárias através do diálogo com todos os partidos da coligação.
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