O que os candidatos a prefeito de São Paulo pensam sobre emprego; veja as propostas

Planos de governo dos candidatos à Prefeitura de São Paulo trazem propostas focadas em capacitação profissional, facilitação do acesso a crédito popular e suporte ao empreendedorismo

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Foto do author Karina Ferreira

As propostas dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo sobre geração de emprego passam por pontos centrais como programas de capacitação profissional, abertura ou fomento de linhas de crédito para micro e pequenos empreendedores, incentivos fiscais a empresas e outras medidas que, de forma mais ou menos elaborada, são descritas nos planos de governos e apresentadas pelos candidatos em entrevistas e debates.

Nas eleições 2024, o mercado de trabalho tem sido um dos principais temas debatidos pelos candidatos. Segundo o Agenda SP – série de reportagens produzidas pelo Estadão orientadas por questões de grande impacto para a cidade – a oferta de serviços sofisticados e novas tecnologias são caminhos para acelerar a economia da capital paulista.

A seguir, estão reunidos as principais propostas para a geração de empregos e fomento ao mercado de trabalho que cada um dos seis candidatos melhor posicionados nas pesquisas de intenção de voto pretende implementar na cidade de São Paulo, caso seja eleito em outubro.

Guilherme Boulos (PSOL)

Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

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Em seu plano de governo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) propõe “reduzir as distâncias e descentralizar os empregos”, modelo que, segundo ele, inspira as grandes metrópoles globais. Para o candidato, o problema do desemprego é histórico e está associado ao crescimento urbano feito de forma desordenada, o que agrava as desigualdades sociais, fazendo com que algumas regiões da cidade ofereçam poucas oportunidades.

Para combater o problema, Boulos aposta na criação de “Centros de Oportunidades”, que seriam instalados em regiões com menor oferta de empregos e ofereceriam capacitação para jovens a partir de 15 anos. O deputado também propõe geração de emprego em um pacote de medidas destinadas exclusivamente à população de rua.

Se eleito, o candidato também quer criar a “Agência Municipal de Crédito”, uma política municipal para “democratizar o acesso a linhas de fomento à economia popular urbana e aos pequenos e médios empresários da cidade”. Boulos também afirmou que pretende enviar um projeto de lei à Câmara Municipal para que empresas de aplicativos, como Uber, 99 e iFood, assumam “contrapartidas de responsabilidade financeira” na construção dos centros de apoio aos trabalhadores de aplicativos.

Datena (PSDB)

José Luiz Datena (PSDB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Entre os planos do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) está a criação do programa “Territórios do Emprego”, que consiste no corte de impostos para incentivar empresas que a se instalarem na periferia. Sobre a proposta, o candidato cita que algumas áreas da cidade receberão incentivo fiscal para construção de unidades habitacionais integradas a oportunidades de trabalho.

O programa exigirá, segundo o candidato, que “pelo menos parte da mão de obra empregada nas construções seja contratada nas proximidades”, afirma, sem citar metas quantitativas.

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Datena também propõe a ampliação do “Programa Bolsa Trabalho Formação Jovem”, que atende jovens de 14 a 29 anos de baixa renda, e do projeto “Teia”, que consiste em uma rede de espaços de trabalho colaborativos, ambos da Prefeitura.

Ricardo Nunes (MDB)

Ricardo Nunes (MDB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Candidato do MDB e atual prefeito, Ricardo Nunes propõe sobretudo a continuidade das ações que vêm sendo implementadas na gestão dele. As propostas do candidato à reeleição têm foco na atração de investimentos, na qualificação profissional e na criação de um ambiente favorável aos negócios.

De novidade, o plano de governo do candidato propõe a criação de “OASES”, espaços que centralizariam serviços de trabalho, emprego, empreendedorismo, qualificação profissional, assistência socioemocional, educação, cultura, esporte e lazer.

A ampliação da qualificação profissional para “economia verde”, “economia criativa”, cuidados com as pessoas e profissões relacionadas ao mundo digital e inteligência artificial também são mencionadas como prioridades para um possível próximo mandato.

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O prefeito também fala na criação de “espaços para capacitação” e na implementação de “uma plataforma georreferenciada para integrar dados socioeconômicos e identificar as vocações e as oportunidades do município”.

Marina Helena (Novo)

Marina Helena (Novo), candidata à Prefeitura de São Paulo.  Foto: Felipe Rau/Estadão

Economista e candidata do Partido Novo, Marina Helena promete que “São Paulo voltará a ser o motor de crescimento do País através do fomento à liberdade econômica”. Em seu plano de governo, com gráficos e esquemas numéricos, Marina propõe o “Sampa Fácil”, destinado a fomentar um “ecossistema propício para a criação de negócios e geração de empregos”, mas não detalha como funcionaria o programa.

Da mesma forma, ela apresenta a ideia do “Trilhas do futuro SP”, pensado para qualificar a população por meio de parcerias com setor privado. Marina também tem a versão “inclusão” do mesmo programa, voltado para a população em situação de rua.

A candidata ainda sugere a criação de uma “Procuradoria de Defesa do Empreendedor”, para estimular a economia do município e combater “excessos do próprio setor público”.

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Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) propõe que a Prefeitura garanta um “ambiente de negócios ágil, simples e eficiente”, para fomentar o empreendedorismo. O ex-coach também fala em fazer de São Paulo “a cidade da oportunidade, da prosperidade e da modernidade”, de pessoas que sonham e que são “autogovernantes”. Para isso, ele propõe “ações práticas” e “mudança de mentalidade”.

Faz parte do plano de governo do ex-coach a chamada “Jornada da Prosperidade”, que seria a transformação de programas sociais em “trilhas de desenvolvimento pessoal para que conquistem uma vida com dignidade e abundância”.

O candidato defende a criação de um fundo garantidor para facilitar o acesso ao microcrédito para micro e pequenos empresários, e incentivá-los também com “desburocratização e digitalização” dos serviços públicos, “disponibilização de sistema Wi-Fi de qualidade” e “apoio jurídico”, entre outras medidas.

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Marçal também fala em descentralizar a oferta de empregos das áreas centrais da cidade, levando mais oportunidades para as periferias, “levando em conta a vocação e as características de cada região, conectando a oferta de mão de obra às oportunidades de geração de renda, incentivando parcerias para capacitação, promovendo crédito acessível e facilitando as regras para pequenos e grandes empreenderem”.

Tabata Amaral (PSB)

Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

A deputada federal Tabata Amaral (PSB), se eleita prefeita de São Paulo, quer criar um programa de qualificação profissional para capacitar 100 mil pessoas em quatro anos, com cursos de 60 a 120 horas de duração. “O currículo será desenhado a partir de pesquisa das principais demandas do mercado de trabalho e ofertará profissionalização em duas modalidades: novo emprego, para quem procura uma realocação, e empreendedorismo, para quem busca ferramentas para o trabalho autônomo”, diz o plano de governo da candidata.

Além do “Capacitaí”, para qualificação profissional, Tabata propõe a criação de quatro “Distritos de Desenvolvimento Econômico” em diferentes zonas de São Paulo, com o intuito de estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento local. A candidata cita ainda ações e programas para atrair investimentos, apoiar a internacionalização de empresas paulistanas e fortalecer a imagem da capital como um polo global de negócios.

Tabata também sugere a criação do “SP Empreendedor”, um programa de crédito popular com empréstimos de R$ 500 a R$ 5 mil, para pequenos empreendedores e microempreendedores individuais que participarem de capacitações sobre gestão financeira e elaboração de plano de negócios.

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Visando os trabalhadores desempregados, a candidata cita o Programa Operação Trabalho (POT), da Prefeitura, e diz que pretende expandir o público-alvo, melhorar a gestão orçamentária do programa e monitorar os resultados.

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