O que os candidatos a prefeito de São Paulo pensam sobre mobilidade urbana; veja as propostas

Temas mais recorrentes nos planos de governo são conclusão de obras de corredores de ônibus, redesenho de linhas dos ônibus municipais e revisão no modelo de concessões da frota

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Foto do author Juliano  Galisi

Temas frequentes de discussão na cidade de São Paulo, a mobilidade urbana e o trânsito têm destaque nos planos de governo entregues pelos candidatos à Prefeitura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições de 2024, as principais propostas apresentadas pelos postulantes ao cargo estão relacionadas à conclusão de obras de corredores de ônibus, ao redesenho de linhas dos ônibus municipais e à revisão no modelo de concessões da frota.

Segundo o Agenda SP – série de reportagens produzidas pelo Estadão orientadas por questões de grande impacto para a cidade –, na capital paulista, 52,8% da população se diz insatisfeita com o tempo de espera para chegada de ônibus, trens e metrôs, enquanto 64% não estão satisfeitos com o valor das tarifas, segundo a Pesquisa de Qualidade do Serviço Público, publicada em 2023 pelo instituto Agenda Pública.

Ônibus e carros na ligação Leste Oeste, na altura da Mooca Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O plano de governo apresentado por cada candidato não precisa ser obrigatoriamente cumprido caso seja eleito, mas além de esclarecer ao eleitor o perfil da candidatura, funciona como um compromisso público do postulante ao cargo com aquele conjunto de medidas.

A seguir, o Estadão reuniu as principais propostas para a segurança pública que cada um dos seis candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto pretende implementar na cidade de São Paulo, caso seja eleito em outubro.

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Guilherme Boulos (PSOL)

Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

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Guilherme Boulos quer ampliar os trechos viários com tráfego exclusivo para ônibus, o que inclui BRTs, corredores e faixas exclusivas. O candidato cita como “prioritárias” as construções de oito corredores de ônibus: Aricanduva, Radial Leste (trechos 1, 2 e 3), Miguel Yunes, M’Boi Mirim, Celso Garcia, Itaim-São Mateus (Perimetral Leste), Norte-Sul e Perimetral Bandeirantes.

O candidato do PSOL também pretende ampliar a tarifa zero nos ônibus municipais, vigente, no momento, aos domingos. Boulos menciona que a expansão será “gradual e com responsabilidade fiscal”, mas não fornece mais detalhes sobre a medida.

Além da expansão de corredores de ônibus, o plano de governo do candidato do PSOL cita investimentos em políticas públicas para ciclistas. Além de ampliar a rede de ciclovias, Boulos quer integrar bicicletários a terminais de transporte coletivo.

Guilherme Boulos também pretende aumentar o programa de Transporte Escolar Gratuito (TEG) da Prefeitura de São Paulo e menciona um estudo para reduzir a distância mínima entre casa e escola prevista para o beneficiário. A medida consta na seção do plano de governo destinada às políticas de transporte, mas também contribui, segundo o candidato, no combate à evasão escolar no município.

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Datena (PSDB)

Datena (PSDB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

José Luiz Datena promete entregar faixas de ônibus, corredores, ciclovias e motofaixas “prometidas pela atual gestão, mas não entregues”. Contudo, não há, no plano de governo, meta estabelecida para nenhum dos modais.

O tucano também quer tirar do papel o projeto de VLT no centro. O plano de governo de Datena diz que, como prefeito, ele vai “apoiar a expansão do transporte sobre trilhos”, reconhecendo em seguida que esse tipo de investimento está “sob alçada estadual”.

Além disso, o jornalista diz que fará, se eleito, uma auditoria nos contratos de concessão dos ônibus municipais, “para afastar qualquer suspeita de conexão com o crime organizado”.

Ricardo Nunes (MDB)

Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição na Prefeitura de São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Sobre mobilidade urbana, Ricardo Nunes propõe em seu plano de governo prosseguir com o projeto de descarbonização da frota de ônibus, substituindo os veículos a diesel por carros com motores não poluentes. Em um eventual segundo mandato, o projeto de descarbonização será ampliado para a frota do transporte escolar e de táxis.

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O plano de governo cita a conclusão de oito obras de corredores de ônibus e BRTs, além do início de mais seis obras do tipo. Nunes também quer dobrar a faixa azul, a “motofaixa”, destinada para o tráfego de motocicletas. São 200 quilômetros de faixas azuis na cidade de São Paulo e, se reeleito, o prefeito quer ampliar a cobertura para mais de 400 quilômetros.

Ricardo Nunes cita investimentos em “duplicação de avenidas, novas pontes e construção de novas vias”, citando como exemplo o projeto de expansão da marginal Pinheiros. O plano de governo de Nunes também pretende diversificar os modais de transporte, por meio da ampliação do Aquático SP, conectando a represa Billings a Guarapiranga, e implementando um veículo leve sobre trilhos (VLT) no centro da cidade.

Marina Helena (Novo)

Marina Helena (Novo), candidata à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Marina Helena promete um redesenho das linhas de ônibus municipais, utilizando como base “os dados de locomoção dos paulistanos” e priorizando os principais destinos. Outra reformulação prometida pela candidatada do Novo é o do modelo de concessão dos ônibus, distinguindo as empresas que operarão as linhas daquelas que apenas possuem os veículos.

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Ademais, Marina Helena, se eleita, pretende implementar uma tarifa mais baixa nos ônibus fora dos horários fora do pico.

Pablo Marçal (PRTB)

Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Se eleito, Pablo Marçal pretende criar bolsões de estacionamento próximos a estações de transporte urbano, como terminais de ônibus e paradas de metrô. Dessa forma, o usuário do transporte poderá se deslocar até a estação com o carro e, do local, seguir para o destino utilizando o modal coletivo.

O plano de governo de Marçal também sugere soluções para o trânsito da cidade. Entre as propostas, constam a permissão para virar no semáforo à direita e a criação de vias expressas nas marginais Tietê e Pinheiros. Além disso, o ex-coach propõe a criação de um teleférico nas periferias da cidade.

Tabata Amaral (PSB)

Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Para as propostas de mobilidade e trânsito, Tabata Amaral propõe a criação de um sistema inteligente de gerenciamento de tráfego. A tecnologia permitiria, segundo a candidata, criar “ondas” de semáforos verdes para melhorar o fluxo de veículos.

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Para o transporte coletivo, Tabata promete a implementação, nos terminais e nos pontos de parada de ônibus, de um painel eletrônico com os horários de chegada dos veículos. A candidata do PSB também quer um redesenho das linhas, de modo a evitar a “sobreposição” de trajetos e permitir a integração entre modais, além de rever o modelo de pagamento às concessionárias, adicionando um critério por qualidade do serviço prestado.

Se eleita, a deputada federal pretende criar um novo sistema de bilhetagem, permitindo pagamentos com cartões de débito e crédito, e implementar um sistema integrado de gestão de tráfego entre os municípios da região metropolitana da capital.

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