O que diz Alcolumbre sobre emendas parlamentares, Haddad e anistia pelo 8 de Janeiro

Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado com 73 votos dos 81 parlamentares da Casa neste sábado, 1.º

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Atualização:

SÃO PAULO E BRASÍLIA – O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse neste sábado, 1.º, ter convicção de que é preciso “fazer mea culpa e dar toda transparência às emendas parlamentares”. O senador foi eleito com voto favorável de 73 dos 81 parlamentares da Casa.

Além disso, disse que vai fazer uma negociação com os Poderes Executivo e Judiciário sobre o tema. “O recurso público não é do deputado e do senador. Ele é fruto dos impostos dos brasileiros”, afirmou em entrevista à Globonews.

Davi Alcolumbre comemora a vitória no Senado Foto: Wilton Junior/Estadão

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Sobre a relação entre os Poderes, Alcolumbre citou o imbróglio entre Arthur Lira (PP-AL), na presidência da Câmara, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), ressaltando que nunca teve problemas com o petista. “Cortar relação com ministro da articulação política não faz bem para institucionalidade”, disse.

Ele também ressaltou a relação com os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AM), líder do governo no Congresso, e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.

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O presidente do Congresso eleito afirmou também que não vai conseguir instalar comissões na semana que vem por conta de demandas de partidos. “Líderes me pediram para adiar eleição dos presidentes das comissões”, disse.

Relação com Haddad

Alcolumbre também defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem disse ter “excelente relação”. Ele lamentou disputas políticas e partidárias que, segundo o senador, tentam desconstruir a figura de um homem público que está dando o máximo de si.

“Tenho excelente relação com ministro Haddad. É até uma oportunidade, sem ser advogado do ministro, mas de perceber que ele está dando o máximo de si para tentar ajudar na agenda econômica do Brasil”, disse em entrevista à emissora.

“Infelizmente, temos disputas partidárias e políticas que acabam entrando em outra esfera e tentando desconstruir a figura de homem público que está dando o máximo de si”, enfatizou.

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Alcolumbre ainda classificou o chefe da equipe econômica como “grande quadro do governo” e disse já ter conversado com Haddad antes da eleição para se colocar à disposição de “caminhar lado a lado”, como fez quando Paulo Guedes era ministro da Economia de Jair Bolsonaro.

“Eu reconheço e respeito o ministro Haddad como grande quadro do governo, tenho relação extraordinária de relacionamento pessoal e já me coloquei à disposição caso viesse a vencer para caminhar lado a lado do ministro Haddad como fiz com o ministro Guedes.”

Ampliação da isenção do IR

O senador evitou dizer se pessoalmente apoia a proposta de ampliação da isenção do imposto de renda, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou saber se tratar de uma agenda do governo, que terá “tramitação dentro do rito” no momento em que chegar ao Senado.

“Não conversei sobre esse assunto. Passei um ano conversando sobre futuro do Senado. Percebi em todas as conversas que vamos, sim, viver dois anos muito desafiadores, isso não é segredo, vamos viver tensões pré-eleitorais e vamos precisar ter sabedoria [...] Se a agenda econômica é agenda prioritária do governo, o governo vai apresentar às lideranças”, respondeu Alcolumbre em entrevista à GloboNews.

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O novo presidente do Senado disse ainda que não vai se preservar de debater qualquer assunto. “O que eu posso me comprometer com essa agenda, sendo deliberada na Câmara, é que ela vai chegar no Senado e ter tramitação dentro do rito natural, vamos apresentar a partir do colégio de líderes um calendário para seu debate e apreciação”, afirmou Alcolumbre, que disse querer debater todas as questões importantes da agenda econômica do governo. “E no Senado cada senador vai dizer se aprova ou não aprova”, afirmou.

Anistia pelo 8 de Janeiro

Alcolumbre afirmou também que a pauta que discute a anistia de presos e condenados do 8 de janeiro de 2023 não é um assunto que vai pacificar o Brasil. “Temos que nos dedicar à agenda de pacificação do Brasil. Esse assunto não vai pacificar o Brasil. Agenda do brasileiro é trabalharmos para reduzir a pobreza do Brasil.”

“Eu espero ser um presidente altivo, equilibrado, mas ao mesmo tempo ter a coragem com aqueles que insistem em trazer agenda que não é do Parlamento para o debate principal. Ela vai existir, não vamos tirar direito de ela existir, mas ela não é a prioridade do Brasil nem do Parlamento”, disse.

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