O que esperar do segundo turno entre Lula e Bolsonaro? Veja o que dizem analistas

Previsão de uma troca de acusações ainda mais intensa em busca do eleitorado de Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Felipe d’Avila, sem aprofundamento de propostas para o País

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Por Marcela Villar e João Scheller

O segundo turno da eleição presidencial entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá ser marcado por uma troca de acusações ainda mais intensa entre os candidatos sem um aprofundamento de propostas para o País, de acordo com analistas políticas ouvidos pelo Estadão.

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Para Graziella Testa, doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), é possível que o confronto de ideias fique em segundo plano até o dia 30 de outubro. “Um segundo turno tão polarizado desse jeito dificilmente terá discussão em torno de políticas públicas. A tendência é de que seja uma campanha sobretudo de acusações para tentar atrair o voto estratégico do eleitor que rejeita um outro candidato”, disse.

Em relação à estratégia de campanha dos dois candidatos, a professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Nara Pavão acredita que Lula e Bolsonaro devem focar as suas agendas em locais onde o desempenho no primeiro turno ficou abaixo do esperado. “O Sudeste terá uma disputa acirrada porque é uma região estratégica. Mas eles devem evitar áreas onde já têm apoio consolidado. Então Lula vai, em geral, evitar o Nordeste”, avaliou.

Neste cenário, Paulo Fábio, professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (Ufba), vê Lula com mais possibilidade de ampliar o seu arco de aliados e atrair votos da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e de Ciro Gomes (PDT). “Lula, que já conseguiu unir a esquerda - à exceção do PDT de Ciro Gomes - e tem a figura de Geraldo Alckmin (PSB) como vice, buscará dialogar ainda mais com o centro. Esse movimento será mais difícil para Bolsonaro, que se encontra mais no extremo do espectro político.”

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Em uma disputa tão acirrada no primeiro turno, os votos da chamada terceira via serão decisivos para definir o vencedor em 30 de outubro. Juntos, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe d’Avila (Novo) somaram mais de 9 milhões de voto.

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