RIO - Afastado de suas funções como vereador no Rio desde a terça-feira, 10, quando o Diário Oficial da Câmara do Rio publicou seu pedido de licença não-remunerada, Carlos Bolsonaro (PSC), o filho “02” do presidente Jair Bolsonaro, exercia até então seu quinto mandato na capital fluminense. Ele se elegeu pela primeira vez em 2000, quando tinha apenas 17 anos. Na ocasião, tornou-se o vereador mais jovem da história da cidade. Carlos é vereador desde 2001. Atualmente no PSC, ele já passou por outras quatro legendas - dos extintos PPB e PFL, passando por PTB e PP. Também ficou um período sem filiação. Segundo dados da Câmara Municipal, nesse período Carlos Bolsonaro teve 44 leis de sua autoria. Elas incluem seis emendas à Lei Orgânica, duas Leis Complementares, 29 Leis Ordinárias, 2 Decretos Legislativos e 5 Resoluções.
Na atual legislatura, Carlos Bolsonaro é autor ou coautor de cinco Projetos de Lei (PL), e seu nome aparece em outros oito que tramitam pela Casa desde 2011. Desses, três foram propostos exclusivamente por Carlos: o que prevê multa para pichadores, o que cria o “Programa Escola Sem Partido” e o que veda a distribuição, exposição e divulgação de material didático “contendo orientações sobre a diversidade sexual” nos estabelecimentos de ensino fundamental e de educação infantil. Em seu site, o vereador denomina materiais desse tipo como “kit-gay”. Atualmente, as principais ações do vereador na Câmara estão nas indicações (são 28 no total) e nas emendas (31). De março a setembro deste ano, Carlos fez 23 indicações, que vão da poda de árvores a retirada de entulho de ruas da cidade. Quase um terço delas (7) foi para pedir ações da Prefeitura na Ilha do Governador. Nas cinco legislaturas, Carlos Bolsonaro integrou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara. Ele também já atuou nas comissões de Defesa dos Animais, Esporte e Lazer, Ciência e Tecnologia, Turismo e Defesa Civil. Mesmo sendo o vereador mais votado do Rio - obteve 106.657 votos na eleição de 2016 -, Carlos raramente dá entrevistas. No site da Câmara, por exemplo, a declaração mais recente dada pelo vereador à TV institucional é ainda da época de sua posse, em 2017. Por outro lado, o parlamentar é ávido no Twitter, onde costuma levantar polêmicas. Na última terça-feira, o vereador se afastou das funções após pedir licença não-remunerada. O motivo não foi informado. Segundo o regimento interno da Casa, vereadores podem se afastar por até 120 dias. O Estado não conseguiu entrevistá-lo.
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