Na última terça-feira, 18, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do Flow Podcast, programa online de entrevistas mediado pelo influenciador digital Igor Coelho, também conhecido como Igor 3K.
Após forte campanha de divulgação nas redes sociais, a participação do ex-presidente alcançou a marca de 1.093.402 webespectadores simultâneos. Quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do programa, há cerca de dois meses, a audiência atingida foi de 558 mil pessoas.
No programa, tanto Lula quanto Bolsonaro tocaram em temas polêmicos. Veja os tópicos.
Lula
Já no começo da entrevista de 1h37, o petista partiu para ofensiva contra o atual presidente. “O problema de debater com o Bozo é que ele é um mentiroso compulsivo”, disse Lula. O ex-presidente ainda afirmou que a campanha de Bolsonaro é toda baseada em mentiras.
Pedofilia
Ao ser questionado se ele acreditava que Bolsonaro era pedófilo, pergunta feita em referência ao vídeo onde o presidente diz ter “pintado um clima” entre ele e meninas venezuelanas de 14 e 15 anos, Lula foi enfático: “Ele se comporta como se fosse.”
Corrupção
O tema da corrupção no seu governo e no de Dilma também foram abordados. O ex-presidente se manteve na defensiva, afirmando que é o trabalho da oposição criticar o PT e que não enxerga necessidade de uma autocrítica constante do seu partido.
Lava Jato
Lula classificou Sérgio Moro, ex-juiz e senador eleitor pelo Paraná, como mentiroso e os processos que foram movidos contra ele como algo sem sentido. “O objetivo era me tirar das eleições”, disse o candidato petista.
Aborto e drogas
Quando a temática do aborto e da legalização das drogas foi posta na mesa, Lula disse que não será sua atribuição, se eleito, tratar desses dois assuntos. “Eu sou contra o aborto pessoalmente, mas quem tem que decidir se o aborto é legal ou não é a lei não é o presidente da República.” Ele deu resposta similar ao ser perguntado sobre a liberação da maconha.
Regulação da mídia
Por fim, o último assunto tratado no podcast foi a regulação da mídia. O ex-presidente afirmou que não pretende censurar ninguém, mas acredita que a sociedade deva ter maior participação nesse processo. Lula não citou nominalmente veículos de comunicação, mas questionou a atuação de alguns canais.
“Tem canal de televisão que só fala asneira, só fala grosseria, só ofende”, afirmou, dizendo ainda que esses eram os motivos pelos quais algum tipo de regulamentação deveria ser implementada. “Podemos fazer uma regulamentação como a legislação inglesa ou americana. Ninguém quer uma regulamentação como Cuba”, finalizou o ex-presidente.
Bolsonaro
A entrevista com Bolsonaro durou 5h21. Um dos primeiros assuntos foi a legalização das drogas. Ao ser questionado se era contra ou a favor do uso da maconha, Bolsonaro respondeu que “se depender de mim, eu veto uma proposta desse tipo.”
O atual presidente ainda comparou a questão das drogas com o aborto, mas disse que respeitaria um possível veto do Congresso Nacional. “É como a questão do aborto. Se o Congresso aprovar, eu veto. E se o Congresso derrubar o veto? A gente é obrigado a cumprir a lei.”
Judiciário
A relação conturbada com o Supremo Tribunal Federal (STF) também foi pauta do podcast. Bolsonaro reclamou que a Corte constantemente interferia em seu trabalho. “O Supremo não pode ficar legislando, praticar o ativismo judicial. Cada Poder no seu quadrado”, afirmou.
Covid
Um dos momentos mais tensos do programa foi quando Igor 3K questionou a atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia. O presidente defendeu sua postura anti-lockdown e criticou a atuação de governadores e prefeitos.
Ele também defendeu o uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento para a covid-19, mesmo não havendo comprovação científica que indique eficácia de tais medicamentos no tratamento da doença.
Orçamento secreto
Bolsonaro afirmou ser contra as emendas de relatores e disse ter vetado o projeto. A primeira tentativa de viabilizar o orçamento secreto foi realmente do Congresso e Bolsonaro a vetou. O presidente, porém, recuou do próprio veto logo depois e encaminhou para análise dos parlamentares, em dezembro de 2019, o texto que criou o orçamento secreto. O projeto é assinado por Bolsonaro e a exposição de motivos que o justifica leva a assinatura do general Ramos. Todo esse processo está documentado.
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