RIO - Os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), foram alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira, 15, no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura atos antidemocráticos. Agentes da Polícia Federal estiveram nos gabinetes dos parlamentares e apreenderam celulares e computadores.
Carlos Von diz que seguranças da Assembleia Legislativa informaram que os agentes da PF chegaram ao seu gabinete por volta das 7h. Estavam munidos de mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura os atos antidemocráticos. A determinação de Moraes atende a um pedido da Procuradoria Geral de Justiça do Espírito Santo (PGE-ES).
O parlamentar disse que não participou de atos antidemocráticos nem usou as redes sociais para manifestações contra a democracia. Von nega ainda que tenha atuado ou financiado manifestações com teor golpista.
“Nunca participei de nenhum ato antidemocrático, nunca fui a nenhuma manifestação ou fiz qualquer tipo de postagem com teor antidemocrático. Ainda estamos atrás de informações sobre os motivos dos mandados. Nunca contestei nenhum resultado das eleições, não me posicionei nas minhas redes sociais e nem na tribuna da Assembleia”, disse Carlos Von ao Estadão.
O deputado Capitão Assumção usou as redes sociais para confirmar que foi alvo de mandados de busca e apreensão.
“Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento”, escreveu na postagem.
A ação contra os parlamentares faz parte de uma uma mega operação que cumpre mais de 100 mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas a atos antidemocráticos em todo o País. A investida visa especialmente os bloqueios de estradas que foram promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro inconformados com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. Investigadores consideram que se trata da maior ofensiva já realizada contra os financiadores dos atos antidemocráticos. Foi deflagrada dois dias depois do quebra-quebra promovido por bolsonaristas radicais em Brasília. A ação dos extremistas deixou um rastro de destruição na capital federal, com prédios públicos - entre eles, a sede da PF - destruídos e veículos incendiados.
A operação cumpre quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo. Das buscas realizadas em todo o País, 23 são cumpridas no Estado, nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Os alvos são pessoas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública, informou a PF.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.